Notícias

De olho no pódio: Emanuel Borges

Por - em
O sotaque não engana quando Emanuel Borges começa a contar sua história. Com um jeito calmo e tranquilo, o potiguar fala de sua trajetória e de tudo que conquistou com um brilho no olhar. Aos 31 anos, ele começou no remo em 2005 e saiu de Natal para o Rio de Janeiro. Após sete anos praticando a modalidade, Emanuel chegou ao Flamengo buscando novas oportunidades e desafios. Encontrou.

Desde sua apresentação em 2018, Emanuel participou de Campeonatos Brasileiros, Sul-Americanos e até uma regata na Itália. Agora, depois de levar a prata na competição classificatória para o Pan-Americano de Lima deste ano, ele garantiu a vaga na Seleção Brasileira e sonha em, quem sabe, conseguir um lugar nos próximos Jogos Olímpicos.

Na série 'De Olho no Pódio', o site oficial do Flamengo conta as histórias de alguns dos principais atletas do clube e do Brasil, passando pela vida pessoal, carreira e, claro, o Mais Querido. Conheça um pouco mais daqueles que fazem os esportes olímpicos rubro-negros e brasileiros mais fortes.

Começo no remo e chegada ao Flamengo
Comecei em 2005 através de amigos que já participavam de um projeto social, o Navegar. Então conheci o Esporte Clube de Natal e passei a frequentar mais. Cheguei ao Flamengo depois de sete anos no Rio de Janeiro. Eu treinava no Botafogo e decidi me desligar do clube em 2018. Inicialmente ficaria sozinho, mas apareceu a oportunidade de vir para cá através do Stèphane (Durand, ex-treinador do remo). Conversei com ele e com o Bruno Cotecchia (ex-VP da modalidade), e vim para cá pela proposta de treinamento e a estrutura.

Momento marcante com o Manto
Assim que cheguei, tive um bom desempenho na seletiva nacional em 2018 e o clube me deu uma oportunidade de ir para Piediluco, na Itália. Foi um momento muito legal. No mesmo ano, consegui a vaga no Pan-Americano pela categoria Quatro Sem Peso Leve.

Rotina
Acordo todos os dias às 5h e chego no clube 6h30. Depois do treino volto para casa e retorno às 15h. Após o segundo período de atividades, vou cuidar do meu filho e descansar.

Desafios de ser um atleta de alto rendimento
Você precisa se desligar de tudo que uma pessoa normal faz. Fica difícil para estudar, por exemplo. Para mim, ainda é um pouco mais complicado, já que tenho um filho e preciso cuidar dele junto com a minha mulher. Amo o que eu faço. A dificuldade é estar todo dia treinando, me dedicando, deixando de ir para algum lugar com a família, fico longe deles, já que moram em Natal. Passo o ano todo aqui no Rio, já fiquei quatro anos sem ver minha mãe por intensidade de treinos.

Pan-Americano e Jogos Olímpicos
Já passamos pelo Campeonato Brasileiro de Barcos Curtos, que era seletiva, e agora vem o Pan-Americano. O foco principal deste ano é essa competição. A preparação está boa e a expectativa é a melhor possível. Sempre treinei pensando em Jogos Olímpicos, é sempre meu foco. O Pan é uma etapa para chegar em um nível ainda mais alto.

Família
Sou casado desde 2012 e tenho um filho de 4 anos que mora comigo aqui no Rio de Janeiro, além de um enteado de 14 anos. Isso deu uma amenizada em termos de família, pois antes morava no clube e passava o dia inteiro nesse ambiente. Agora tenho a sensação de ir para casa, o que melhora bastante. Minha mãe, pai e irmã mais velha ficam longe o ano inteiro.

Ídolo no esporte
Geraldo Belo Moreno, meu primeiro treinador. Foi quem me ensinou tudo desde o princípio, como ser um atleta. Foi minha inspiração e até um pai por muito tempo até falecer.

Hobbies
Gosto de ir à praia com a família, pedalar com o pessoal, ir ao cinema. Prefiro ficar em casa descansando quando posso.

Outros esportes além do remo
Canoagem, ciclismo e atletismo.

Ficha técnica
Nome: Emanuel Dantas Borges
Idade: 31 anos
Altura: 1,78m
Naturalidade: Natal, Rio Grande do Norte
Principais conquistas: Ouro (2018), prata e bronze no Sul-Americano (2018), participações em Mundiais e Copas do Mundo, octacampeão Brasileiro, penta do Carioca, disputa de vaga nos Jogos Olímpicos de 2012 e prata e bronze na XXXIII Regata Internacional Memorial Paolo D’Aloja (na Itália)