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Representantes dos quatro grandes clubes do Rio de Janeiro se unem contra MP841

Em coletiva na Gávea, VPs e diretores se posicionaram sobre a medida que atinge os esportes olímpicos

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Na manhã desta quinta-feira (28), representantes de Flamengo, Botafogo, Vasco e Fluminense, além do Secretário de Esportes do Rio de Janeiro, estiveram no Salão Nobre da Gávea e falaram sobre os impactos da MP841, que prevê corte de R$ 514 milhões aplicados atualmente no esporte. Diversos atletas, técnicos, gerentes e pessoas que fazem o esporte olímpico rubro-negro e carioca diariamente estavam presentes na coletiva de imprensa em apoio à luta contra a medida provisória. 

Na mesa, estavam presentes Alexandre Póvoa, VP de Esportes Olímpicos do Flamengo, Gláucio Cruz, Diretor Geral de Esportes do Botafogo, Márcio Trindade, VP da pasta do Fluminense, Jorge Veríssimo, VP de Quadra e Salão, e José Ricardo Brito, Secretário de Esportes do Rio de Janeiro.


“O esporte olímpico é a essência do esporte. Poderíamos estar em qualquer clube, mas o importante é ver atletas e dirigentes de todos os clubes presentes contra essa medida que acaba com o esporte olímpico nacional. Estamos falando de muitos atletas, 3.500 alunos de escolinhas que sonham todos os dias em serem atletas do Flamengo ou de outros lugares. Se multiplicar isso pelos quatro grandes clubes, você vai entender melhor como essa medida afeta e muito milhares de pessoas. Não importa a camisa, o que é importante é que todos os times estão unidos para mostrar o papel social enorme que prestam para o Rio de Janeiro. Tirar esse dinheiro do esporte vai acabar com os olímpicos em um país que desvaloriza tanto essas modalidades. Assim como todos os atletas que lutam todos os dias em casa dojô, ginásio, campo, vamos lutar até o fim para derrubar essa MP”, disse Alexandre Póvoa, abrindo a coletiva.

Em seguida, o Secretário de Esportes do Rio, José Ricardo Brito, também discursou contra o projeto. “Não é tirando dinheiro do esporte que vamos melhorar a segurança pública. Isso só criará outro problema. Temos projetos sociais em comunidades que concorrem diretamente contra o tráfico. Muitas crianças precisam do esporte para de manterem longe dessa realidade, disse.

Em um dia histórico, dirigentes do Vasco da Gama, Botafogo e Fluminense também estiveram sentados lado a lado na luta para derrubar a medida, que afetará todos os formadores de atletas e aqueles que batalham por um futuro melhor para as modalidades olímpicas. “O esporte está estritamente ligado à educação. Com ele, podemos tirar as crianças da mão dos traficantes e torná-los cidadãos melhores. O governo federal não pode cortar essa verba sem entender que isso refletirá no futuro desses jovens”, comentou Jorge Veríssimo, do Vasco.

“Temos quatro clubes gigantes reunidos e que formam atletas desde o princípio, está em nossa essência. E nós não vamos parar”, declarou Márcio Trindade, do Fluminense. “É muito difícil fazer esporte olímpico. Estamos conseguindo diminuir essas dificuldades com muita luta, principalmente nos quatro grandes clubes do Rio. Vamos lutar com todas as nossas forças para impedir que isso aconteça“, completou Gláucio Cruz, representante do Botafogo.

“Tivemos uma Olimpíada no Brasil há dois anos. É inacreditável que esse seja o nosso legado de um evento que sonhamos tanto. O esporte olímpico não quer depender de futebol, queremos andar com nossas próprias pernas como estávamos fazendo”, completou Póvoa. O VP ainda explicou que a medida provisória é imediata, o que já afeta diretamente o orçamento e planejamento do segundo semestre de 2018 para todos os clubes.