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Bandeira de Mello e Pedro Almeida comentam balanço financeiro de 2017

Presidente e vice de Gabinete falam da importância da gestão profissional para resultados esportivos, investimento na base e estádio próprio

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Após a divulgação dos balanços financeiros de 2017 pelos clubes brasileiros, no início desta temporada, a consultoria BDO produziu um relatório com os resultados dos principais atores do cenário do futebol nacional. Segundo a análise, mais uma vez, o Flamengo ficou à frente de seus adversários com sobras, em novo balanço recorde. O presidente Eduardo Bandeira de Mello explicou a importância da profissionalização do clube, que rende frutos consistentes e a longo prazo do desejo de todo torcedor rubro-negro.

"A sustentabilidade financeira e uma gestão que inspire confiança do mercado são absolutamente fundamentais para atingirmos resultados esportivos vitoriosos perenes, seja no futebol ou nos esportes olímpicos. E a recuperação da credibilidade e da saúde econômico-financeira do clube certamente vai também nos dar condições de encontrar a solução definitiva para nosso estádio de futebol, seja através da concessão do Maracanã - o que vai requerer um importante investimento de adaptação -, seja através da construção do nosso estádio próprio”, disse Bandeira de Mello, que completou com os principais planos para o futebol do Flamengo.

“Nossa inédita solidez financeira e a gestão profissional nos permitiram inaugurar uma nova era de investimento no elenco profissional e a continuidade dessa política responsável vai garantir em um futuro próximo que estejamos sempre disputando os melhores talentos e reduzindo nossa vulnerabilidade em relação às investidas do mercado internacional no nosso elenco. Paralelamente, estamos trilhando dois caminhos essenciais para resultados a longo prazo: o investimento na base - retomando uma competência rubro-negra que havia se perdido no tempo e que já dá frutos com atletas rubro-negros talentosíssimos servindo nosso time principal e convocados para as seleções brasileiras de todas as categorias - e o investimento no nosso centro de treinamento, com condições de trabalho que nenhum outro clube do Brasil, e possivelmente da América do Sul, tem. Vamos investir cada vez mais na infraestrutura e na formação de talentos para retomarmos nossa vocação de um clube que revela craques e vence não por acaso, mas sim de forma consistente e recorrente”, concluiu o mandatário.

Receita
Considerando as receitas dos 22 principais times brasileiros atingiram maior valor da história: R$ 5,1 bilhões. Mas a alta no cenário nacional sofreu grande impacto dos resultados do Flamengo. O Mais Querido foi o clube líder em arrecadação no ano passado, com R$ 648,7 milhões, seguido - de longe - pelo Palmeiras, que aparece em segundo, com R$ 145 milhões a menos.

Um dos planos para o Flamengo nos próximos anos é diversificar suas fontes de receita, para uma saúde financeira cada vez mais estabilizada e autossuficiente. E ainda que a parcela de cotas de televisão ainda seja predominante nas contas do clube, a “dependência” vem diminuindo, como mostrou o vice-presidente de Gabinete da Presidência, Pedro Almeida.

“Se compararmos 2016 e 2017, a única receita que diminuiu foi a de cota de televisão -  de R$ 297 milhões para R$ 200 milhões. Tivemos um aumento de R$ 24 milhões em cotas de patrocínio, R$ 23 milhões em bilheteria, e a receita do programa de sócio-torcedor quase dobrou, indo de R$ 27 milhões para R$ 43 milhões. Isso mostra que estamos empenhados em buscar um melhor balanço entre as fontes de receita do Flamengo e crescer cada uma delas de forma consistente ao longo do tempo”, explicou o dirigente, que exaltou também a grande lista de patrocinadores do Rubro-Negro.

“Pagar dívidas, honrar compromissos, executar de acordo com o orçamento, são novos padrões estabelecidos no futebol brasileiro, e que têm o Flamengo como grande ponto de referência nessa mentalidade. Além de termos crescimento em todas as linhas de nossas receitas, não temos apenas um grande patrocinador, o que diminui o risco de, em eventual saída desse específico patrocínio, a gente perca o rumo no planejamento orçamentário”, disse Almeida.

Crescimento
O superávit mais positivo do futebol brasileiro também foi o do Rubro-Negro carioca, que apresenta impressionantes R$ 159 milhões. Em seguida, aparece novamente o Palmeiras, com R$ 57 milhões. Para Pedro Almeida, pode-se atribuir o sucesso financeiro do Flamengo a dois fatores.

“Planejamento e Execução Orçamentária. O clube vem aumentando sua receita consistentemente nos últimos quatro anos, com uma média de 24% ao ano. Podem existir fatores pontuais, como uma venda de jogador, mas essa consistência em crescimento a duplos dígitos é algo que não se alcança por acaso, apenas com planejamento e disciplina de execução”, comentou.

No caminho
No Planejamento Estratégico do clube, desde o início da nova gestão, há três ciclos previstos: Recuperação Financeira (2013-2015), Retomada de Investimentos (2015-2018) e Ciclo Virtuoso (2018-2020): o Flamengo está na fase final do segundo momento, como explicou Pedro Almeida.

“Estamos em um pouco mais da metade da Execução de nosso Planejamento Estratégico 2013-2020, na fase final do segundo ciclo. E os resultados na queda do endividamento aliados aos investimentos que fizemos nos últimos dois anos no Futebol mostram que estamos executando exatamente o planejado. Então o panorama atual é: o crescimento de receitas irá continuar, talvez em um ritmo menor, e os investimentos seguirão fortes, pois teremos menos dívidas a pagar. Tudo isso em cima de uma base já estabelecida, na qual faremos investimentos de forma estratégica de modo a maximizar os resultados esportivos”, disse o vice-presidente.

Segundo a análise da consultoria BDO, depois de um recuo em 2016, o endividamento líquido dos maiores clubes brasileiros voltou a crescer em 2017, chegando a R$ 6,9 bilhões. O Flamengo foi na onda contrária e, em mais um ano recorde, apresentou queda de 23% em seu endividamento líquido, que diminuiu em mais de R$ 100 milhões - de R$ 435 milhões para R$ 334 milhões. Com relação ao ranking de endividamento tributário, o Flamengo aparece em segundo lugar, com aumento de 6% em relação a 2016, mas esta é uma dívida já equacionada através do PROFUT, com parcelas definidas em valor e data de pagamento.

“Estamos quase chegando a um ponto ótimo de endividamento líquido e o endividamento tributário está equacionado com o PROFUT. Ou seja, nossa dívida bancária hoje está por volta de 5% da nossa receita”, explicou Pedro Almeida.

Dentre as fontes de receita principais - cotas de TV, transferências, bilheteria, sócio-torcedor -, a venda de jogadores teve destaque no período de modo geral para os clubes brasileiros. O Flamengo teve grande participação no indicador, com a venda do jovem talento Vinicius Junior, mas Almeida destaca que a saúde financeira do Flamengo não depende da negociação de atletas.

“A venda de atletas, seja da base ou não, é um poderoso instrumento financeiro de fluxo de caixa para o Flamengo principalmente porque, por uma política do clube, o Flamengo não faz projeções orçamentárias contando com venda de jogadores a cada ano. Mas é claro que a venda do atleta foi ótima para o Flamengo, não apenas pelo aspecto financeiro, mas também por nos colocar no mapa mundial dos clubes que formam atletas. Vinicius Junior mostrou ao mundo a qualidade dos meninos das nossas categorias de base, fruto de um planejamento de longo prazo, que nunca mais vai parar. O investimento na base é uma filosofia do Flamengo que já mostra claramente excelentes resultados esportivos e talentos servindo a equipe profissional”, detalhou.
 
O Flamengo é uma instituição sem fins lucrativos: o fim do clube é “vencer, vencer, vencer”. E, por isso, Pedro Almeida destaca o objetivo final de todo o trabalho administrativo do Mais Querido.

“Eu quero deixar claro ao torcedor um ponto: ninguém comemora resultado financeiro, nós comemoramos títulos, no Futebol e nos Esportes Olímpicos, e celebramos os nossos ídolos.  Essa é a essência do Flamengo. Portanto, o resultado financeiro é apenas um meio para se chegar ao fim, que é conquistarmos títulos e formarmos e contratarmos ídolos. Eu entendo que é possível ser campeão por acaso, porém nenhum clube no mundo consegue ter performance e resultados consistentes por acaso. Nós estamos nos preparando para não depender do acaso. Ter dinheiro não nos dá a garantia de sermos campeões de tudo, mas com certeza nos garante disputar títulos de forma consistente nos próximos anos, enquanto não ter dinheiro e depender do acaso é ter a garantia do fracasso no longo prazo", concluiu.