Notícias

Como o Mais Querido conquistou o Penta

Início promissor, queda de rendimento e arrancada final: relembre uma das maiores conquistas da história do Rubro-Negro

Por - em
Há 22 anos, o Flamengo empatava em 2 a 2 com o Botafogo, na segunda partida da final do Campeonato Brasileiro de 1992. O resultado deu o título de Pentacampeão ao Rubro-Negro, que contava com um time que na reta final não estava entre os favoritos, mas era repleto de craques e nomes promissores. O time equilibrava a experiência de Gilmar, Gotardo, Uidemar, Zinho e do grande maestro Júnior, com o talento dos, então, Campeões da Copa São Paulo de Juniores de 1990, Djalminha, Marcelinho, Paulo Nunes, Júnior Baiano e companhia.

O trabalho daquele campeonato se iniciou em 1991, quando Carlinhos, ex-jogador e técnico do time campeão brasileiro de 1987, reassumiu o comando da equipe rubro-negra. O que inicialmente seria algo temporário acabou se tornando efetivo e Carlinhos se sagrou Campeão Carioca no final de 1991. Alguns dias após a conquista, o Flamengo iniciou sua campanha no Campeonato Brasileiro daquele ano. Mesmo com um excelente começo, com três vitórias e dois empates em cinco jogos, a equipe não se firmou. Uma série de contusões abalou o Rubro-Negro, que nas rodadas seguintes caiu na tabela e acabou colocando sua classificação em risco. Naquele ano, dos vinte clubes que participavam do campeonato, mas apenas oito seguiam para a fase semifinal. Para chegar lá, o Flamengo precisaria conquistar 12 dos 16 pontos que restavam a serem disputados.
 
Após cinco vitórias, dois empates e uma derrota (a vitória valia dois pontos naquele campeonato) o Rubro-Negro alcançou exatamente os 12 pontos necessários  naquelas oito partidas e se classificou em quarto colocado. O estigma de que "não pode deixar o Flamengo chegar" se fez verdade mais uma vez. Impulsionados pela Maior Torcida do Mundo e pela liderança do "Vovô Garoto" Júnior, a equipe rubro-negra caiu em um quadrangular na fase seguinte onde enfrentaria algumas das melhores equipes do campeonato como São Paulo, Santos e Vasco.

Apesar da classificação, o Rubro-Negro continuava sendo alvo de críticas e dúvidas. Para ser campeão, era necessário melhorar. Naquele quadrangular, apenas um time se classificaria e, então, seguiria para a final. O Flamengo chegou ao último jogo, contra o Santos, precisando vencer e, ainda, torcer por uma derrota do São Paulo, o que aconteceu. O Rubro-Negro derrotou a equipe santista por 3 a 1, no Maracanã e estava, enfim, na final do Campeonato Brasileiro daquele ano.

Aqueles atletas estavam definitivamente dispostos a enfrentar qualquer clube para se sagrar pentacampeões. Além de todos os talentos, tinha um grande capitão que movimentava o time. Repatriado, Júnior, em seu retorno à Gávea, assumiu uma nova faceta em relação ao que havia apresentado em sua carreira no Flamengo. Hoje "sessentão", o lateral-esquerdo do título mundial de 1981, retornou de sua passagem na Itália como meio-campo. Batedor de faltas, armador e organizador da equipe, Júnior assumiu não só a braçadeira de campeão, mas, também, liderança dentro e fora das quatro linhas.

O adversário daquelas duas partidas da final seria o Botafogo, favorito e que teve melhor campanha que o Flamengo e, consequentemente, jogaria por dois empates. Contra tudo e contra todos e empurrados pela maior torcida do mundo, aos gritos de "Dá-lhe, dá-lhe, dá-lhe Mengo, seremos campeões", aquele esquadrão rubro-negro mostrou sua força novamente. Aproximadamente 150 mil torcedores lotaram o Maracanã para assistir a um verdadeiro show do Flamengo. Somente 35 minutos de partida e uma excelente atuação do lateral-esquerdo Piá foram necessários para que Júnior, Nélio e Gaúcho, respectivamente, marcassem três gols. Foi um dos maiores resultados da história de finais do Campeonato Brasileiro. A diferença e o futebol foi tão convincente que todos decretaram ali, na primeira partida, o campeão nacional daquele ano.

O segundo jogo das finais serviu para confirmar o que todos já tinham certeza e mesmo assim o Mais Querido surpreendeu novamente. Júnior, com um golaço de falta, e Júlio César abriram 2 a 0 para o Rubro-Negro. O empate, que viria no segundo tempo, não alterou em nada o resultado final: o Flamengo era pentacampeão brasileiro.

Leia também:
Maestro Junior: "Carinho mais que especial"