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Como o Flamengo ganhou uma Nação de apaixonados

Em 1933, José Bastos Padilha ajudou o clube a ser o Mais Querido

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Os torcedores rubro-negros comemoram, neste dia 28 de outubro, o Dia do Flamenguista. A data serve para lembrar a todos os torcedores do Mais Querido o tamanho do clube para que torcem e tudo aquilo que ele representa, não só para os 40 milhões que o apoiam sendo o 12º jogador, mas para todos os brasileiros que, por pelo menos um dia na vida, já foram rubro-negros, como disse Nelson Rodrigues. Durante muitos anos o Rubro-Negro foi um clube popular, mas concentrava seus seguidores apaixonados no Rio de Janeiro. Em 1933, isso começou a mudar.

Naquele ano, José Bastos Padilha assumia a presidência do Clube de Regatas do Flamengo com o "simples" intuito de tornar o Mais Querido o maior do mundo. Nascido 1984, Padilha saiu de casa cedo, devido a conflitos familiares. Na necessidade de conseguir um emprego para se manter, o jovem começou a trabalhar como entregador de folhetos de propaganda de estabelecimentos comerciais. A partir daquele momento, Padilha começou a se interessar pela área, se tornando referência em publicidade e marketing, em uma época que sequer existiam essas denominações.
 
Anos mais tarde, já estabelecido profissionalmente, o publicitário, apaixonado pelo Flamengo e pelo Brasil, decidiu se candidatar a presidência do clube. Eleito, o presidente foi o responsável por organizar um concurso nas escolas do Rio de Janeiro para que os alunos criassem frases louvando o Rubro-Negro. Entre as frases criadas, "uma vez Flamengo, Flamengo até morrer" se destacou entre as demais e, mais tarde, veio a fazer parte do hino do clube. Padilha também se tornou responsável por reverter a distribuição das torcidas, não só no Rio de Janeiro, como em todo o Brasil, alavancando o Flamengo como um todo com atitudes inovadoras em termos de gestão esportiva para época, atrelando isso diretamente à sua profissão.

O presidente rubro-negro construiu a sede da Gávea, aumentou o número de sócios e a receita do clube, contratou os maiores jogadores da Seleção Brasileira da época - entre eles Leônidas da Silva, o "Diamante Negro" -, elaborou campanhas publicitárias e articulou a aproximação da imprensa esportiva da época. Mas, bem provavelmente, aquilo que tenha sido mais importante para o clube, seja o fato de Padilha passar a tratar o Clube de Regatas do Flamengo como uma Nação; com suas próprias características, seu próprio temperamento e suas próprias motivações; mas, indo ainda mais além, ele foi responsável por tonar o clube um verdadeiro representante da brasilidade popular. Tal característica foi aclamada por Mário Filho, jornalista rubro-negro irmão de Nelson Rodrigues, que dá nome ao Estádio do Maracanã: "O Flamengo se deixa amar à vontade", disse por vez.

Padilha foi presidente do clube até 1937, mas seus legados perduram até hoje, seja em termos administrativos, seja em termos estruturais, sem falar em uma legião de 40 milhões de torcedores rubro-negros que lotam estádios por todo Brasil.