O programa Seleção SporTV recebeu nesta sexta-feira (15.05) o presidente do Clube de Regatas do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello. Em uma mesa redonda, apresentadores e convidados discutiram as finanças dos times de futebol do Brasil, mais uma vez chamando atenção para a evolução rubro-negra neste tema.

Durante o bate-papo, o presidente falou sobre contratações, premiações e a importância do sócio-torcedor para as finanças do Flamengo nos dias atuais. Além disso, a gestão rubro-negra foi citada como exemplo de boa administração, que levou o clube a ser o único no Brasil a fechar as contas com superávit em 2014.

No caso do Flamengo, pagamos diretos de imagem para poucos atletas. A maioria tem esse valor embutido no salário. Apenas cinco ou seis recebem. Com a suposta aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte e obrigatoriedades do gênero, teremos de nos responsabilizar a pagar em dia quaisquer compromissos que assumamos.

Tivemos essa mudança na regra da FIFA sobre a contratação de jogadores, e isso talvez tenha inibido um pouco a possibilidade de aquisição de atletas de alguns clubes, mas não é o caso do Flamengo. A mudança faz com que o clube mais capitalizado passe a contratar mais, mas não penso que essa mudança seja algo tão grave quanto colocam. Acredito que não vai alterar muito a realidade atual.

Estamos trabalhando com alguns nomes, mas certos jogadores são muito complicados de se negociar. Sou torcedor e também quero ver o Flamengo bem, mas não adianta sairmos contratando como loucos e depois complicarmos nossas finanças, que tanto têm evoluído. Todos sabem que pegamos o clube em péssimas condições financeiras. Assim como 2014 foi melhor que 2013, 2015 está muito melhor que ano passado. E vamos trazer reforços, podem ter certeza. Esperamos que em 2016 tenhamos ainda mais condições de fazer grandes contratações.

O Flamengo precisa trabalhar com superávit. Se quando assumimos tínhamos todos aqueles milhões a pagar de dívida, nós jamais poderíamos reduzir isso com déficit em caixa. A primeira coisa que deveríamos fazer é exatamente esse ponto: conquistarmos o superávit. Conseguimos e vamos manter.

O Flamengo está pagando sua dívida, mas boa parte deste valor é imposto que temos de pagar. Antigamente o clube praticava apropriação indébita para pagamentos de seus gastos. Hoje, nós temos nossas receitas, mas quando não são suficientes, temos de encontrar opções para captar financiamentos. É como se nós pegássemos 20 emprestados para pagar 100, o que nos leva, na realidade, a pagar 80. É um dinheiro para o Flamengo como um todo, mas sem dúvida reforços estão nessa lista. Independentemente da contratação que façamos, pode ter certeza de que não vamos fazer nenhuma loucura.

Nossa maior receita é proveniente das cotas de televisão, seguido do contrato com a adidas que, praticamente, se equipara ao valor arrecadado com sócios-torcedores. A nossa receita pode aumentar ainda mais se conseguirmos alcançar o número de sócios proporcional ao nosso número de rubro-negros. As coisas melhorariam ainda mais.

Prosseguiremos com nosso processo de recuperação financeira e credibilidade. Acabamos de ganhar pela segunda vez consecutiva o prêmio de transparência e melhor gestão esportiva, e isso tem um reflexo muito positivo em nossos patrocinadores e atletas. Falta muito para chegarmos numa posição confortável, mas isso nos permite avançar no que diz respeito a contratações ainda em 2015. Talvez demore um pouquinho nessas negociações, mas ainda teremos para o Brasileiro peças que nos ajudarão a brigar pelo título ou pelas primeiras colocações.