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Presidente faz proposta por melhoria da arbitragem

Documento entregue a Walter Feldman e à comissão de clubes da CBF sugere controle externo por uma empresa de auditoria

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Nesta sexta-feira (27.11), o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, entregou ao secretário-geral da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Walter Feldman, uma proposta para elevar o nível da arbitragem no país.

O documento redigido pelo mandatário rubro-negro sugere que haja o controle externo das atuações dos juízes por uma "empresa de auditoria com credibilidade internacional", com uma comissão totalmente independente do órgão responsável pelas escalações dos árbitros, e que teria o objetivo de avaliar o desempenho dos juízes de acordo com critérios previamente definidos.

Leia o documento na íntegra:

PROPOSTA DE ESTABELECIMENTO DE UM SISTEMA DE AVALIAÇÃO DAS ARBITRAGENS

Se existe algo próximo da unanimidade em relação ao que precisa melhorar muito para o próximo campeonato brasileiro, trata-se da qualidade das arbitragens.

Em praticamente todas as rodadas do campeonato foram identificados erros gritantes dos árbitros, seguidos naturalmente pelo levantamento de suspeitas quanto à lisura nos critérios adotados nas partidas e nas escalações dos juízes.

É claro que muitas vezes as críticas foram exacerbadas pela emoção e pela paixão que caracterizam o futebol; no entanto entendemos que a melhor maneira de dar uma consequência prática às reclamações seria apresentar uma proposta que contemple medidas para  tentar minimizar os erros e eventuais ações deliberadas de manipulação de resultados, e assim aumentar a confiabilidade e a credibilidade das arbitragens.

1- Minha observação pessoal (também corroborada por vários interlocutores) das partidas ao longo de décadas na posição de torcedor me leva à conclusão de que uma arbitragem mal intencionada dificilmente é caracterizada por erros grosseiros em lances capitais que certamente serão analisados pela imprensa especializada. Ao contrário, ela age através de inversões de faltas, tolerância seletiva com lances de violência e consequente aplicação ou não de cartões, garantia de posse de bola para o time beneficiado e outras medidas envolvendo lances que dificilmente seriam reprisados nos programas esportivos. Os erros capitais só precisam acontecer em último caso.

2- É mandatório que as partidas do campeonato sejam objeto de uma avaliação externa criteriosa e minuciosa abrangendo todas as suas decisões durante os 90 minutos de jogo e que a cada árbitro seja atribuída uma nota por partida.

3- Essa avaliação deve ser realizada por uma comissão totalmente independente do órgão responsável pelas escalações dos árbitros e seus critérios devem ser previamente definidos.

4- As escalações dos árbitros deverão necessariamente ser pautadas pelo rating dos árbitros definido pelo conjunto das suas avaliações.

5- Os membros da comissão devem ter reputação ilibada, conhecimento das regras e vivência no esporte.

6- O trabalho da comissão deve ser apreciado por uma empresa de auditoria com credibilidade internacional que será responsável pela definição dos critérios de avaliação e que também avaliará a conformidade do trabalho em relação aos critérios previamente definidos. Essa auditoria também avaliará se o órgão responsável pelas escalações de árbitros está se pautando pela classificação definida pela comissão de avaliação.