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Confira as primeiras declarações de Bandeira de Mello após posse

Presidente reeleito fala sobre principais pontos da gestão após cerimônia na Gávea

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Nesta terça-feira (22.12), a Sede da Gávea foi palco da cerimônia de posse do Conselho Diretor do Flamengo para o triênio 2016-18. Eduardo Bandeira de Mello, presidente reeleito, assinou o livro de posse ao lado dos vice-presidentes de cada pasta. Após as solenidades, ele conversou com a imprensa e falou sobre as expectativas para 2016.

Confira os principais pontos da entrevista do presidente do clube:

Reeleição
Não tem a menor dúvida que, no primeiro mandato, estivemos em uma trajetória de recuperação. Foi reconhecida por todos: na imprensa esportiva, pela imprensa econômica, especializada... Agora, temos mais 3 anos para consolidar esta recuperação e colher os frutos.

Departamento de Futebol
O futebol é um desafio, e eu, como torcedor, compreendo exatamente o que a torcida está sentindo neste momento. Temos a certeza que o trabalho de recuperação foi feito para arrumarmos a casa e podermos colher os frutos. E já estamos próximos disso. Estamos trabalhando por contratações de impacto. Não posso falar nada agora, mas estamos trabalhando. O objetivo de todos nós é a conquista de títulos.

Responsabilidade
É claro que a responsabilidade continua e não só neste triênio: é para sempre. Conseguimos adaptar o estatuto e a partir de agora todas aquelas delinquências gerenciais passaram a ser infrações estatutárias, sujeitas a impeachment e perda de mandato. Com a recuperação financeira e da credibilidade, nos credenciamos a atuar mais fortemente no mercado.

Estádio
É uma das nossas prioridades e o Maracanã é nosso foco.

Primeiro semestre de 2016
As prioridades serão a Primeira Liga, a Copa do Brasil e os amistosos. Jogaremos o Carioca como já havíamos prometido no início de 2015, quando ocorreram acontecimentos lamentáveis: com time alternativo, mas competitivo. Vai servir de campo de observação para o Muricy.

Confira o discurso do presidente na íntegra:

É com muita alegria que eu, após 3 anos, volto aqui para tomar posse para mais um mandato na presidência do Flamengo, sempre ao lado desse grupo de grandes rubro-negros, com quem é sempre um prazer trabalhar pelo nosso Mengão.

Não é segredo para ninguém que há 3 anos o Flamengo vivia uma crise que exigia uma ação urgente e decisiva; no meu discurso de posse deixei  bem claro que a recuperação das finanças e da credibilidade do clube iria exigir uma nova postura e sacrifícios na esfera esportiva e social.

Com o apoio e a compreensão de todos – sócios, conselheiros, torcedores –  implantamos  um programa de ajuste que compreendeu o aumento da receita, a redução das despesas, o esforço constante para honrar compromissos assumidos, respeitar as limitações orçamentárias e mudar nossa postura em relação ao governo.  Primeiro com a celebração de um acordo dramático com a PGFN e depois com o trabalho de formulação e acompanhamento da tramitação da Lei do Profut pela qual nós rubro-negros deveremos sempre agradecer ao trabalho incansável do Deputado Otávio Leite, que nos honra hoje com sua presença.

Graças a esse esforço de todos nós, o Flamengo passou a ser respeitado como clube cidadão e a ser motivo de orgulho e a dar exemplo aos nossos 40 milhões de torcedores. Temos também hoje a marca mais valiosa do esporte brasileiro e podemos dar segurança a qualquer parceiro de que não representamos qualquer risco, seja comercial, seja reputacional a quem quer que venha a associar sua marca ao Flamengo.

Graças a nosso processo de recuperação, estamos resgatando nosso esporte olímpico que não gerava receitas próprias e que apresentava um déficit de caixa de R$ 18 milhões/ano. Hoje, graças às leis de incentivo ao esporte, aos recursos das loterias e ao projeto Anjo da Guarda  dobramos o orçamento e somos autossuficientes.

Aos poucos vamos mudando a cara do clube: reformamos o campo de futebol, os 3 ginásios, o dojô, salas de musculação e estamos muito próximos de inaugurar a piscina que teve que ser interditada. Estamos na iminência de conseguir as últimas aprovações para a construção da nova arena para o nosso basquete campeão do mundo, das Américas e tetra nacional. Além do vôlei, futsal etc.

O futebol, paixão de todos nós, tão sacrificado pelo ajuste, tem hoje excelentes perspectivas e representa o nosso grande desafio para o novo triênio.

Estão programados investimentos para qualificar nosso elenco e para dotá-lo de amplas condições de desenvolver todo o seu potencial. Em 2016 devemos concluir o módulo profissional do CT George Helal e ao fim do triênio terminaremos o módulo destinado à base.

O investimento na base – de longo prazo, sabemos – continuará a ser priorizado; afinal nada é mais importante do que recuperarmos a competência na formação de atletas que tínhamos no passado e que nos levou a ser referência de qualidade internacional e nos deu nossos mais importantes títulos, inclusive o de campeão do mundo.

Merecem destaque também nossos investimentos no Centro de Inteligência em Mercado e na área de excelência em performance.

No entanto, nossos desafios para os próximos anos não estão limitados às ações internas.

Assim como a delicada situação financeira com que tivemos que conviver no passado e que foi nosso grande desafio neste primeiro mandato,  o esporte brasileiro vive hoje uma crise sem precedentes,  que obrigatoriamente condiciona a postura que devemos adotar em relação ao que acontece no nosso entorno.  

É imperioso que deixemos claro que não abriremos mão de lutar pela transparência, pela integridade, pela boa governança das entidades e pelo respeito ao torcedor e ao contribuinte.

Nessa luta, estaremos abertos ao diálogo, apoiaremos incondicionalmente o respeito ao direito de defesa, mas seremos sempre firmes e propositivos na defesa de nossos princípios e valores.

Da mesma forma com que continuaremos a externar nosso inconformismo, indignação e repúdio ao desrespeito do qual fomos vítimas exatamente por estarmos defendendo esses mesmos princípios e valores.

Não vamos esmorecer, não vamos nos curvar nem nos deixar intimidar por ameaças irresponsáveis. Sabemos que existem vários interesses em jogo e jamais abandonaremos nossos parceiros. Mas também temos plena consciência em que há momentos em que o enfrentamento é necessário, especialmente quando a razão está do nosso lado.