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Festa para Michila

Basquete rubro-negro surpreende massagista com comemoração de aniversário

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Ele não entra em quadra, tem pouquíssima intimidade com a bola laranja e jamais fez uma cesta, mas há mais de três décadas João da Silva, o Michila, faz parte da história do basquete brasileiro. Com mais de 20 anos de serviços prestados ao Flamengo e à Seleção Brasileira, o massagista rubro-negro conheceu mais de 25 países, trabalhou com os maiores atletas da modalidade e participou de inúmeras conquistas importantes, mas nada disso parece ter deixado Michila tão feliz e emocionado quanto a surpresa feita pelos atuais bicampeões nacionais, nesta quinta-feira, em comemoração aos seus 65 anos de vida, completados dia 8 de fevereiro. Além do tradicional "parabéns pra você", com direito a bolo e refrigerante, o massagista ganhou uma camisa personalizada da mão do capitão Marcelinho após o treino físico.
     
"Isso vale mais do que qualquer título ou dinheiro do mundo. Mostra o reconhecimento desses meninos pelo meu trabalho. Não tem como não ficar emocionado. Só tenho que agradecer o carinho por essa homenagem", agradeceu o massagista rubro-negro após ganhar um banho d'água dos jogadores.    
 
Um dos personagens do basquete brasileiro, Michila serviu três gerações. Do convívio com craques como o pivô Adílson, falecido em fevereiro do ano passado, até o ala Marcelinho, passando por Hortência, Oscar, Maury, Carioquinha, Paula, Demétrius, Marcel e muitos outros, ele revela que tirou uma lição importante.
 
"Sabendo trabalhar, nenhum jogador dá trabalho", garante.
 
E olha que não foram poucos os jogadores com quem Michila conviveu. Seja por conveniência ou não, o fato é que ele afirma nunca ter tido problema com esse ou aquele jogador nesses mais de 20 anos de Seleção Brasileira. Curiosamente, talvez o que mais regalia pudesse ter exigido, é por quem Michila reserva um carinho todo especial, o Mão Santa Oscar Schimdt.
 
"É verdade, sempre fui muito bem tratado por todos. Sinceramente não tenho do que reclamar durante minha passagem pela Seleção. Acho que de todos os atletas com quem trabalhei, o Oscar talvez tenha sido o que mais marcou por causa do Pré-Olímpico de Neuquén, em 1995, na Argentina, que garantiu a nossa classificação para os Jogos de Atlanta. Ele estava aposentado da Seleção, aceitou voltar por causa de um pedido pessoal do Ari Vidal e acabou sendo decisivo na conquista da vaga", lembra Michila, que também reserva um lugar especial para a Seleção sub-21 que disputou o Mundial da categoria em 1993 e contava com então promessas como Rogério, Olívia, Demétrius, Caio Cassiolatto, Vanderlei, entre outros.
 
"O que me deixa mais orgulhoso é que todos vingaram no basquete", afirma Michila.
 
Apesar de ter rodado o mundo e ter conhecido países como a Grécia, o que ele mais achou diferente, China, Paris, Rússia, considerado o pior pela fato de estar vivendo uma fase pós terrorismo, Alemanha, EUA, seu predileto por se parecer com o Brasil, segundo ele, entre tantos outros, Michila não esquece de seu começo no Mackenzie, em 1970, clube no qual ganhou seu apelido.
 
"Quem me deu esse apelido foi o Paulo Cesar Gringo, que jogava no Mackenzie e é irmão do Marcelinho que também foi jogador e hoje trabalha no Flamengo. Ele dizia que eu era a cara do irmão do Fio Maravilha, que era conhecido como Michila. Daí pra frente não teve jeito e eu também virei Michila" explica o massagista rubro-negro.