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O símbolo de uma geração acostumada a vencer

Capitão, cestinha e líder do time do Flamengo, Marcelinho fala sobre seu papel e as expectativas para 2011

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Ele é o líder; a estrela da companhia. O técnico Paulo Chupeta diz, os companheiros concordam e ele mesmo sabe de sua responsabilidade. Cestinha, capitão e porta-voz, Marcelinho Machado assumiu o papel de franchise player (jogador símbolo) do Flamengo desde que acertou com o clube da Gávea, em 2007. Também, não é para menos. Principal nome dos quatro títulos cariocas, dois brasileiros e um sul-americano que foram conquistados desde então, ele tem a confiança de todos para ser o símbolo desta geração vencedora do basquete rubro-negro.

Uma geração que ele espera ajudar a consagrar ainda mais em 2011. Na véspera do Natal, nada mais justo do que conversar com um jogador que ajudou o time de basquete do Flamengo a dar muitos presentes à torcida. Eleito melhor jogador e maior pontuador do Campeonato Nacional tanto em 2007-2008 como em 2008-2009, quando o Rubro-negro foi campeão, além de cestinha e MVP das finais da Liga Sul-Americana 2008-2009, sem contar o brilho nos quatro Cariocas desde que chegou ao clube, Marcelinho é o representante principal de uma nova era na modalidade.

Era que, no que depender dele, ainda vai durar muito. Confiante no talento do grupo, Marcelinho diz, em entrevista à equipe do site oficial do Flamengo, que ainda não pensa em parar de jogar e que espera conquistar novos títulos pelo Rubro-negro. Feliz por brilhar no clube de seu coração, ele conta que a emoção é maior ao ser campeão pelo time da Gávea, admite que o ano de 2010 foi abaixo da expectativa e vê a Liga das Américas como chance de recuperação no próximo semestre.

Confira abaixo a íntegra deste bate-papo:

O ano de 2010 –
O ano não foi bom para o Flamengo. Jogamos a final do NBB, mas perdemos no quinto jogo. Nas três derrotas, poderíamos ter vencido. Foram derrotas por um arremesso. Lamentamos a oportunidade que passou. A Sul-Americana ainda mais, por ter sido em casa. Foi difícil de engolir. Mas temos de seguir em frente. Fomos hexa no Estadual e isso deve ser valorizado.

"Mão Santa" –
Em qualquer esporte, você tem que treinar. Qualquer profissão que exige uma performance, você só atinge um nível alto com treinamento. No basquete não é muito diferente. Trabalho muito, treino bastante, para estar sempre acertando os arremessos nos jogos.

Identificação – É muito diferente. Atuar em um clube de tanta tradição, com a maior torcida do Brasil é muito significativo. Para mim, ainda é mais gratificante. Fui criado na Gávea, sou torcedor, acompanho o futebol, vou ao Maracanã e poder ver a torcida cantando seu nome, fazendo a festa para nosso time é muito bom. É um momento que é muito especial da minha carreira. O mais feliz.

Liderança – É uma característica minha. Venho aprimorando com o passar do tempo. A maturidade e a experiência ajudam. Você tem mais vivência, viu mais coisas no esporte, e sua opinião vem de um conhecimento um pouco maior. Mas isso é reflexo de um grupo que vê isso de forma natural. Por mais que eu tenha essa forma de agir, não é por isso que um outro jogador não pode me chamar atenção. No esporte coletivo, um tem que corrigir o outro, sempre pensando na vitória. É mais fácil ser líder em um time como o Flamengo.

Liga das Américas – Não diria que é o título mais importante, mas é sim um objetivo a mais. Não podemos descartar nenhum título, mas a Liga, se conquistarmos, terá um gosto especial. Chegamos duas vezes no Nacional, um Sul-Americano, decidimos outros campeonatos, mas a Liga das Américas nós nem batemos na trave ainda. Seria especial, com certeza. Mas um Nacional, por exemplo, também é importante.

Preparação para 2011 – Nas outras três vezes em que jogamos a Liga das Américas, tivemos desfalques. Isso pesou um pouco. Espero que agora estejamos completos, o que faz a diferença. Nosso grupo completo e unido é muito forte. Sabemos da nossa capacidade. É um torneio de tiro curto, em três dias você tem que estar no seu melhor desempenho. Vamos dar nosso melhor lá. É início de temporada, depois de feriado, mas isso é igual para todos e o foco da equipe está voltado para buscar esse título.

Recesso – Fisicamente, talvez não seja o ideal. Mas psicologicamente é muito bom. É um tempo que você tem para refletir sobre esses primeiros seis meses e se preparar para a época mais dura, de decisão. Vem aí a final da temporada regular do Nacional e a Liga das Américas e temos que estar preparados. Então vejo esse recesso como uma coisa positiva, porque você pode recarregar as energias e se preparar para esse semestre que vai ser pesado.

Futuro de Marcelinho –
Não fico planejando muito. Sempre pensei em, enquanto eu tiver desempenho, vou querer jogar. Na seleção, onde o desempenho é mais alto, com mais exigência, no clube... Enquanto eu souber que posso contribuir, vou jogar. Tenho contrato até o final de 2012, pretendo cumprir e espero que possa seguir mais um pouco ainda.

Reconhecimento – Não consigo botar em palavras o quanto representa para a gente ter essa torcida. Jogar no Flamengo é muito isso: saber que tem a torcida presente, apoiando, em qualquer lugar. No jogo contra o Pinheiros, entramos mal, eles abriram 20 pontos, com 50 graus dentro do Tijuca, o grupo cansado, mas tivemos o poder de reação por causa da torcida. Devemos muito a eles. Eles sempre fazem isso. Naquele dia, não foi possível a vitória, mas quando revertemos e ganhamos, é mérito dos jogadores, mas também, principalmente, deles, que não cansam de nos apoiar.