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Parentes e amigos se despedem de Ary Vidal

Ex-treinador do Flamengo e da Seleção Brasileira de basquete foi enterrado na manhã desta terça-feira, no cemitério do Caju

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Foi enterrado na manhã desta terça-feira (29.01), no cemitério do Caju, Zona Norte do RJ, o corpo do ex-treinador de basquete do Flamengo e da Seleção Brasileira, Ary Vidal. Ele faleceu nesta segunda-feira (28.01), aos 77 anos, em sua casa, no Rio de Janeiro, em decorrência de várias complicações renais e problemas cardíacos crônicos.

Cerca de 50 pessoas, entre amigos, familiares e esportistas acompanharam o velório daquele que, após décadas de vida dedicadas ao esporte, marcou definitivamente seu nome na história do basquete brasileiro. Miguel Ângelo da Luz, treinador Campeão Mundial em 1994 e medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, com a Seleção Brasileira feminina, foi dar o último adeus ao amigo.

"O Ary foi meu diretor técnico quando eu fui treinador do Uberlândia. Ele conseguia o máximo possível de rendimento de um atleta em quadra. Fazia um jogador regular virar bom, um bom virar ótimo e um ótimo virar excepcional. Ele era um cara que gostava de enaltecer as coisas positivas e sempre levantava a autoestima dos jogadores. São lições que levo até hoje na minha vida essa questão de valorizar mais os acertos do que os erros", disse Miguel, atribuindo ao mestre, lugar de destaque na história do basquete nacional. 

"O basquete tem a escola europeia e a escola americana, e o Ary criou a escola brasileira. Um jogo mais aberto, um jogo de contra-ataque. O estilo brasileiro de jogar, um basquete mais alegre se deve ao Ary ", completou . 

Paulo Chupeta, técnico do Flamengo nas conquistas do Nacional, em 2008, da primeira edição do NBB, em 2009, e do e o inédito titulo sul-americano naquele ano, também prestou suas homenagens. Ele e Ary Vidal trabalharam juntos em diferentes momentos.

 "O esporte brasileiro está de luto, não é só o basquete. O Ary fez história no basquete brasileiro e no mundo inteiro com as conquistas que teve. É um momento de reflexão e de muita tristeza. Nós perdemos um ídolo. Quando joguei na Seleção Brasileira Juvenil ele foi meu técnico. E muita coisa que aprendi como treinador foi com ele. Em 2009, ele foi diretor técnico no Flamengo. Naquele ano, na hora de receber o troféu, disse para o Ary: ‘Esse título é nosso’. E ele abriu um grande sorriso, já um pouco cansado, mas muito feliz de estar ali. Aquela final na Arena, aquilo foi fantástico! O Brasil inteiro vendo o Flamengo ser campeão e o Ary ali, do meu lado. Eu sou um privilegiado", emociona-se.

O maior jogador da história do basquete brasileiro, Oscar Schmidt, não pôde ir ao enterro, mas fez questão de enviar uma imensa coroa de flores com os dizeres: "Respeito e saudade da família Schmidt". A Confederação Brasileira de Basquete, a Liga Nacional de Basquete e o Tijuca Tênis Clube (primeiro clube dirigido por Vidal) também enviaram coroas de flores.

Em homenagem ao ex-treinador, a Liga Nacional de Basquete (LNB) respeitou um minuto de silêncio em todas as partidas do NBB disputadas nesta segunda-feira. Um dos times que homenagearam o ex-treinador foi o próprio Flamengo, que, nesta segunda-feira, venceu o Uberlândia, no ginásio Homero Santos, em Minas. Os jogadores do Flamengo atuaram com uma tarja preta na camisa em respeito ao seu ex-comandante.

Além de técnico do Flamengo, Vidal também desempenhou a função de diretor de basquete do Mais Querido, conquistando o bicampeonato nacional em 2009.