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A "Batalha" nos Aflitos

Leia relato de torcedor que encarou viagem a Recife, para ver a vitória do Flamengo sobre o Náutico

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Por André Dissat

O titulo "A Batalha dos Aflitos", para quem não se lembra, foi nome dado a um jogo entre Náutico e Grêmio que valia o titulo da 2ª Divisão do Campeonato Brasileiro, onde vários jogadores foram expulsos e quem saiu com a taça foi o time gaucho. Pois bem, esse título também tem muito a ver com a aventura feita por mim, André, e meu irmão Daniel, para assistir ao jogo contra o Náutico, no domingo, dia 15 de novembro, em Recife.

A primeira questão é que não havia garantia de voos. Tanto para a capital pernambucana, como na nossa volta para o Rio de Janeiro. Isto porque nossas passagens eram retiradas na hora a um custo muito abaixo do normal. Então, tínhamos que embarcar no voo com assentos disponíveis. Ah sim, créditos totais a Ana, minha madrasta e comissária de voo - só assim conseguimos fazer essa aventura. Saímos do Rio sábado, dia 14, às 22h20. Conseguimos embarcar, o avião estava vazio e a viagem no começo foi muito tranqüila.

Chegamos a Recife por volta de meia noite. Como lá não tem horário de verão, no relógio, parecia que a viagem teve uma hora a menos. O aeroporto de Guararapes é longe do local da nossa estadia, a casa de um amigo.  Zeca Jales, o Zequinha, é amigo de longa data do meu irmão e deu uma força muito grande. Só não gostou do resultado, ele que é torcedor do Náutico.  No dia seguinte, sem muito tempo para conhecer a cidade, fomos para o jogo.

No meio do caminho nos juntamos a um grupo grande de torcedores do Flamengo. Quando chegamos ao estádio, porém, uma fila quilométrica nos aguardava. A gente andava e andava e nada do fim da fila chegar. Após uma boa caminhada e virada de ruas, avistamos o final da fila. Na hora pensei que já começara o primeiro tempo. Mas, por sorte – sorte foi a palavra dessa viagem – conseguimos entrar, perdendo só os 10 minutos iniciais. Corremos, subimos a arquibancada que estava lotada e vimos o jogo atrás do gol que Bruno defendia na primeira etapa.

A torcida fez festa o jogo todo. Tinha gente de todos os lugares: Brasília, Rio de Janeiro, Paraíba, Rio Grande do Norte e por ai vai. Para completar a festa, Pet abre o placar numa confusão dentro da área do Náutico. Confesso que foi difícil de ver o que tinha acontecido de onde estava. Ainda no primeiro tempo, Adriano marca o segundo, após cruzamento pela direita. A festa estava completa. O segundo tempo foi só administrado e com alguns gols perdidos. Mas tudo bem, fim de jogo, Mengão 2 a 0, com 60 pontos, em segundo lugar, a dois da liderança. Só pela vitoria a viagem valeu todas as complicações.

Após a vitória, incontestável, demoramos um pouco para sair. Conseguimos somente depois que toda torcida do Náutico saiu toda do estádio. Uns 20 minutos depois do fim do jogo, creio, enfim saímos, em meio a uma certa confusão – a torcida era muito grande e o espaço, pequeno. Até na rua estava difícil andar.

Nesse tempo em que saímos, para encontrar nosso amigo, percebi que perdi minha Carteira de Habilitação! O único documento com foto que eu tinha levado para viagem. A volta virou uma incógnita, mas o Flamengo tinha vencido, na briga pelo título, e nem esquentei muito a cabeça.

Liguei para o Rio. Para pedir uma força e pensar no que fazer. Corre de lá, liga de cá, minha mãe caça meus documentos e manda uma foto por email da carteira de trabalho. No final nem foi preciso, fomos com a cara e a coragem para o aeroporto, fiz um Boletim de Ocorrência por conta da perda da CNH e fomos tentar pegar o primeiro voo disponível. Conseguimos um para São Paulo. Chegamos ao aeroporto de Guarulhos às três da manhã. Após vagar muito pelo aeroporto, conseguimos pegar um voo de volta e chegamos cedinho no Rio. Isso, claro, sem dormir quase nada. Como disse, a sorte foi a palavra-chave dessa viagem, porque depois de toda a aventura, de ir e voltar sem garantias, conseguimos embarcar em todos os voos de primeira.

A aventura foi completa. Acho que a frase do meu irmão, além da sorte, foi uma das marcas dessa viagem. "A gente não veio aqui à toa, cara, Mengão 3 a 0!". Errou por um gol, mas acertou quem faria os dois.

Há quem diga coisas como "caramba, você é doido de ir a Recife sem conhecer, ir e voltar em dois dias e sem dormir". Mas, na verdade, eles não conhecem o que é ser apaixonado pelo Flamengo.

E como diz o tema da vitória cantado pela Nação Rubro-Negra:  "onde estiver, estarei!".

Eu e meu irmão estivemos. Rumo ao Hexa!

André Dissat, 23 anos, é graduado em Publicidade pela Universidade Veiga de Almeida. Seu irmão Daniel tem 20 anos e é estudante de Administração pela Cândido Mendes. Ambos moram no Rio de Janeiro e são colaboradores do blog www.fimdejogo.com.br .

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