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Adílio: "O time tem que ter a consciência de que é uma chance única. Tem que vencer"

Leia o "Você Entrevista" com as respostas de Adílio às perguntas dos internautas

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Adílio de Oliveira Gonçalves, o Adílio, tem história no Flamengo. Ele é um dos heróis da conquista do Mundial. Em Tóquio, no dia 13 de dezembro de 1981, teve a alegria de marcar um dos três gols do triunfo sobre o Liverpool. Carioca, nascido em 15 de maio de 1956, Adílio também sabe o que é ganhar Campeonato Brasileiro. Com o Manto Sagrado, ele ganhou três - o último deles em 1983, quando marcou o gol do título.

Em conversa com a equipe do site oficial do Flamengo, na manhã desta sexta, o ídolo respondeu a perguntas enviadas pelos internautas no "Você Entrevista" e disse confiar no hexa.

Leia como foi o papo.

Rodolfo Paes de Farias, 23 anos, programador, Imbituba (SC) – Eu gostaria de saber quem são seus maiores ídolos na história do Flamengo e se foi por algum deles que se iniciou sua paixão pelo Mengão. Eu tive a sorte do Lico ter nascido na mesma rua que eu e quando era pequeno ganhei uma camisa do Flamengo dele e aquilo ali bastou pra eu me tornar flamenguista.

Adílio – Imbituba é a terra do Lico.  Na minha época alguns falavam que o Zizinho jogava muito. Mas as crianças eram fãs do Pelé. Queria ser como o Pelé.

Laurene Maia Leite, 45 anos, jornalista, São Luís (MA) – Adílio, nesse momento em que a nação vive a expectativa de mais um título, que momento marcante de sua passagem pelo Flamengo vem à sua memória?
Adílio – Foram muitos jogos marcantes.  O da final do Mundial com o Liverpool. E teve aquele contra o Santos, na final de do Campeonato Brasileiro de 1983, que me marcou muito porque eu fiz o terceiro gol da vitória num jogo decisivo. O Santos estava atacando muito e aquele gol matou o jogo. Foi tudo de bom, foi na hora certa. Eu estava fazendo uma partida perfeita e só faltava o gol para coroar. [Nota da Redação: o Flamengo então vencia por 2 a 0, com gols de Zico e Leandro, e precisava vencer por dois gols de diferença para ganhar o título].

Equipe do site oficial – Como foi aquele jogo com o Liverpool?
Adílio – Eles eram campeões de tudo na Europa. A imprensa daqui apontava o time deles como favorito. Nós neutralizamos todas as jogadas deles, as jogadas de velocidade e os cruzamentos para a área. E fomos só tocando, tocando e quando eles foram ver, estava 3 a 0.

Marco Antonio Gomes Raimundo, 29 anos, consultor, Rio de Janeiro (RJ) – Grande Adílio, gostaria de saber se com esse projeto do FlaMaster, haverá também uma aproximação maior destes craques que honraram e defenderam o Manto Sagrado, com a torcida, ou seja, nós torcedores teremos mais acesso a esses jogadores. Pois, nós, torcedores precisamos ter mais contato com estes patrimônios do clube (ex -jogadores).
Adílio – A gente já faz isso. É só contratar o FlaMaster. Entra no site e liga pra mim que a gente programa os jogos. No dia 12, agora, estaremos em Cordeiro (RJ). No dia 13, em Resende (RJ). E nos dias 17 e 18, na Bahia. O site do FlaMaster é www.Flamengomaster.com.br .

Alesson Henrique de Souza Monteiro, 31 anos, Designer, Manaus (AM)O que foi pra você defender o clube de maior torcida do país?
Adílio – Conseguimos aumentar ainda mais esse número de torcedores como todos esses títulos. Quando garoto eu sempre sonhei em jogar no Flamengo e realizei o meu sonho. Os títulos fortaleceram aquele grupo e tornaram nossa geração vencedora dentro do clube.

Marcio Nunes De Souza, 41 anos, técnico de refrigeração, Brasília (DF) – Adílio, qual a maior semelhança do time campeão de 81 para esse de hoje? E qual jogador de hoje parece com seu estilo de jogar? Obrigado pela alegria que você proporcionou para os rubro-negros do Brasil inteiro.
Adílio – A semelhança é a vontade de ganhar o título. Essa equipe começou a acreditar que podia. Andrade deu o perfil certo, fez a equipe acreditar sempre e perceberem que eles são os melhores e podem chegar. Agora, individualmente, não se vê jogadores como os daquele time. Você vê Léo Moura jogar muito bem, mas ele não é o Leandro; o Petkovic é um craque, mas não é o Zico; e o Willians é muito bom, mas não para comparar com o Adílio.

Equipe Site oficial – A preparação física agora é diferente?

Adílio – No nosso tempo era mais reforçada. Jogávamos quinta, domingo, quarta. Um jogador como o Léo Moura, com essa perna fininha, não jogaria naquele tempo. A gente tinha que ter mais força, levava uma pancada e tinha que ficar em pé, formava uma base para essa sustentabilidade e para suportar as pancadas. A arbitragem era outra.

Bruno Ricardo De O. Arruda, 20 anos, estudante, Cassilândia (MS)
- Primeiramente, obrigado por tudo que fez pelo Mengão. Queria saber você que conquistou principais títulos pelo Mengão, o que foi passado aos jogadores na reta final? E caso o Flamengo feche com grupo chinês, irá usar ex-jogadores, você toparia entrar nessa?
Adílio – É só tirar a tensão do último jogo e ter a consciência de que é uma chance única. Tem que vencer.  Quanto aos chineses, se acontecer, estou disposto a participar do projeto. Temos, no Masters, jogadores para dar uma coordenada nisso.

Equipe do site oficial – Como funciona o time de Masters?
Adílio – Temos nossa sala no clube. Vamos participar de projetos sociais, dar palestras para torcedores e fazer jogos nos locais das Embaixadas. Hoje, nosso grupo tem 38 jogadores e não para de crescer. Vem uma nova geração - a do Djalminha, do Nélio...

Isabela de S. B. Gonçalves, 15 anos, estudante, Petrópolis (RJ) - Adílio, você esteve presente nas maiores conquistas do Flamengo e até hoje está ligado ao time, jogando no time de Masters. Como você explica a identificação que tem até hoje com o time e com a torcida?
Adílio – Essa identificação veio com os títulos. Nosso capitão [o técnico] Cláudio Coutinho disse: "Vocês têm que ganhar a Libertadores e o Mundial para entrar na história". E fomos conquistando e foi acontecendo. Abrimos a porta para muita gente. Hoje, muitos clubes disputam o Campeonato Brasileiro pensando na Libertadores e no Mundial. Coisa que estava esquecida antes do Flamengo. Naquele tempo não tinha tantas imagens de TV, como agora, não tinha exame antidoping. Nós fomos lá e enfrentamos.

Jefferson Estevão de Oliveira, 17 anos, estudante, Volta Redonda (RJ)
– Adílio sua história é consagrada no Flamengo, participando de títulos importantes: Libertadores, mundial entre outros... e como torcedor rubro-negro você acha que o Flamengo realmente agora dá uma resposta à altura aos paulistas entre outros que viam falando que o Flamengo nunca poderia disputar título em campeonato de pontos corridos?

Adílio – O Flamengo não precisa dar resposta a ninguém. É um clube que tem história. Mas os paulistas aprenderam a gostar do Flamengo, assim como torcedores de outros estados... Temos muitos torcedores em São Paulo.

João Marcio Leal Correa, 35 anos, securitário, Cuiabá (MT) – Adílio, você que viveu toda aquela euforia e glórias dos anos 80, em sua opinião, o que faltou para o Flamengo, aproveitarem aquela década e se tornar o clube mais rico e estruturado do Brasil?

Adílio – Naquela época o clube funcionava muito bem. Faltou um pouco mais de profissionalismo dos dirigentes.

Isis Kezia de Lima Alves de Moraes, 21 anos, estudante, Apodi (RN)
– Há 17 anos que nós não ganhamos um Campeonato Brasileiro. Você acha que sai esse título com tudo que está acontecendo no Fla? Adílio, não tive esse privilegio de ver você jogar infelizmente o time de hoje joga como vocês jogaram nos anos 70 e 80? Adílio obrigado por tudo que fez pelo Fla.

Adílio – Sai. Acreditamos que vai sair, sim. Está todo mundo concentrado, com a cabeça no lugar.

Marcel de Queiroz Pereira, economista, Rio de Janeiro (RJ) - Adílio, você teve um ótimo histórico como treinador nos juniores do Flamengo entre 2004 e 2007. Falta alguma coisa para se tornar treinador do time profissional? O Andrade disse que não toparia mais ser auxiliar, pois agora se considera treinador. Você aceitaria ser "o Andrade" do treinador Andrade? Obrigado por todas as alegrias dadas ao Flamengo!
Adílio – Nós somos parceiros. A gente se fala constantemente. Hoje mesmo [dia 04 de dezembro] ele me ligou. Somos amigos. Sempre fomos.

Equipe do site oficial
– Você trabalhou com muitos jovens jogadores desse elenco. Como foi esse trabalho?

Adílio – Trabalhei com todos eles. Fabricio, Lenon, Camacho, Mezenga, Marlon, Welliton, Marcelo Lomba, Flores... entre outros. Na semana passada eu estive com eles e lembrei que tinha dito a eles, ainda no infantil, que estariam nos profissionais e disputando um título brasileiro. Trabalhamos muito fundamento. Quem sabia só chutar de direita aprendeu a chutar de esquerda. Quem não sabia cabecear, aprendeu cabeceio. O Fabrício, depois que chegou na minha mão, eu que coloquei de zagueiro. Ela era lateral esquerdo e não tinha condição. O suporte que essa geração dá é muito grande. Eles já conhecem o clube e querem vencer. Os jogadores que vêm de fora têm que estar bem. Se não, eles [os jovens] tomam o lugar. Todos eles são bons jogadores.

Francismar Calefi Mudest, estudante, Pará de Minas (MG) – Olá, Adílio, tudo bom? Gostaria de saber de você o seguinte: o que mais chama sua atenção no futebol atual, em relação à sua época? A disparidade salarial, o distanciamento dos atletas da torcida ou a estrutura de treino? Um abraço!
Adílio – A estrutura dos treinamentos. Os outros dois são normais. O cara que é estrela fica em casa e não sai. O cara que é humilde sai e vai para o povão.

Equipe do site oficial – Você não se incomodava com o assédio dos fãs?
Adílio – Sempre fui à massa. Sempre fiz questão de dar autógrafo, de ser fotografado, de dar palestra, do trabalho social com as crianças.

Felipe Xavier Julião, 20 anos, vendedor, Cachoeiro de Itapemirim (ES)
- Adílio a que você atribui essa crescida relevante do Flamengo nos últimos três anos?

Adílio – Pela história do Flamengo. O Flamengo tem história.

Josué Santiago Mariano Junior, 42 anos, músico, Rio de Janeiro (RJ)
- Como entraria em campo nesta final de campeonato e que atitude acha que o time deveria tomar?

Adílio – Tem que vencer o jogo. A oportunidade é única. A parte tática é o Andrade que vai dizer.