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Entrevista com Vice de Esportes Olímpicos

Apostando no basquete como carro-chefe, vice de Olímpicos quer driblar saldo devedor do clube e montar empresa para receber recursos federais

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Fla busca verba para seus esportes como ‘passarinho de boca aberta no ninho’

Mariana Kneipp - Globoesportecom

A história recente do esporte olímpico do Flamengo pode ser escrita como antes e depois do título do Novo Basquete Brasil, em junho de 2009. Os mais de 13 mil torcedores que lotaram a Arena da Barra mostraram aos dirigentes do Rubro-Negro que o investimento a longo prazo extra-futebol pode trazer retorno financeiro – uma meta para o clube definido como “devedor” pelo próprio vice-presidente de esportes olímpicos, Carlos Eduardo Maia. Sem poder contar com verbas federais para pagar salários e modernizar equipamentos, as sete modalidades que tentam revelar talentos na Gávea veem uma esperança na promessa de mais agressividade para conseguir patrocínios.

Apesar de saber que seus planos podem não emplacar 2010, já que o Fla terá eleições no dia 7 de dezembro, Maia promete dar mais iniciativa ao marketing do clube para evitar que os maiores expoentes esportivos da Gávea fiquem sem patrocínio. \ - Meu time de basquete tem cinco jogadores na seleção. Isso tem que ser mostrado. Temos bala na agulha com o basquete. Já negociamos até contratos para o vôlei por causa do sucesso da equipe no NBB. Mas para ter um time feminino, está na base de R$ 3,5 milhões por ano, quase R$ 300 mil por mês. De qualquer forma, vamos tentar e correr atrás. Você tem que ser agressivo. Em vez de ficar sentado atrás da mesa, vai lá e visita a empresa. Aqui está faltando vontade de bater à porta e apresentar projetos. O Flamengo está aberto a tudo, igual passarinho de boca aberta no ninho – afirmou Maia, que assumiu a vice-presidência no início de agosto, mas já havia passado pela função na gestão de Hélio Ferraz, em 2003. \

Diego Hypolito treina com equipamentos ultrapassados na preparação para Pequim

Ainda sem contato com o Comitê Olímpico Brasileiro visando aos Jogos de 2016, o vice diz que o Flamengo precisa “resolver os problemas internos primeiro”. Uma das soluções é algo que teve seu primeiro pontapé dado pelo antigo dono do cargo, João Henrique Areias, que chamava a proposta de “Fla Olímpico”. O projeto de Maia pretende criar uma empresa terceirizada que receberá os investimentos das leis federais em nome do clube e, depois, reverterá a verba ao Rubro-Negro. \ - Nós arranjamos um caminho indireto. Teremos uma empresa que vai tornar viável o nosso projeto. Ela será a responsável por toda a apresentação, e repassará a verba para nós. Como o Flamengo tem pendências com o governo federal, não pode se fazer valer das leis de incentivo – conta Maia.\

Escolinhas do Flamengo

Basquete

Vôlei

Natação

Ginástica

Pólo aquático

Nado sincronizado

Judô

Se conseguir viabilizar suas intenções, Maia já tem sua menina dos olhos: o nado sincronizado rubro-negro, pelo qual o vice diz ter um “carinho especial”. Porém, não é só para a água que está voltada a meta rubro-negra. Conhecido no passado por manter atletas que serviam às seleções de basquete, vôlei e natação, como Oscar, Jackie Silva e Fernando Scherer, o Flamengo quer recuperar a boa fama que tinha nos anos 80 e no início dos 90. \ - Nosso problema financeiro foi um grande entrave. Todos os atletas foram embora. Não tínhamos como pagar. Lembro que na minha primeira passagem pela vice-presidência, em 2003, passar pela alameda da Gávea era praticamente uma via crucis. Cada hora era um pedindo salário. Era impossível. Mas agora estamos tentando reerguer o Flamengo, e tenho certeza de que voltaremos a ser a grande fonte de atletas de alto rendimento para as Olimpíadas. \