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Você Entrevista: Arthur Muhlenberg

Leia a entrevista com o autor do blog do torcedor do Flamengo no GloboEsporte.com,

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Comandante do Urublog, o blog do torcedor do Flamengo no GloboEsporte.com, o publicitário Arthur Muhlenberg lançou recentemente o livro "Manual do Rubro-Negrismo racional", coletânea de textos publicados no blog que é um dos campeões de audiência do portal, com mais de 1 milhão de acessos mensais.

O autor atendeu ao convite da equipe do site oficial e participou do Você Entrevista, respondendo a perguntas dos internautas.

Veja aqui a entrevista.

Equipe do site oficial – Textos em blogs costumam ter muito mais força na época em que são publicados e, de certo modo, também se alimentam da repercussão dos comentários, que quase são um complemento dos posts. Por que decidiu juntar seus textos neste livro e qual foi o desafio de selecionar pouco mais de 60 textos em quase 1.000 posts?
Arthur Muhlenberg -  É verdade que textos em blogs possuem um forte componente temporal. São textos quase sempre feitos no calor dos acontecimentos e tem um sabor melhor quando consumidos imediatamente. Essas regras talvez valham para blogs de times da arco-íris, no caso do Flamengo penso que é diferente. O prodigioso e sempre histórico Flamengo, em virtude de sua torcida e de suas qualidades morais incomparáveis tem a capacidade de transformar peladas da segunda rodada da Taça Rio em épicos imortais. Com esse background único é possível até para um molambo como eu perceber a grandiosidade do Flamengo e de seus atos até nos tufos de grama que ficam agarrados entre as traves das chuteiras dos nossos craques. A decisão de fazer o livro veio muito em função dos comentários nos posts que sugeriam a publicação. Após 2 anos recebendo esse tipo de feedback positivo e mesmo sem botar muita fé na qualidade dos textos fui atrás de um profissional para verificar se havia mesmo a possibilidade de publicar um livro. Procurei o editor Jorge Viveiros de Castro, da Editora 7 Letras, que se propôs a fazer uma leitura crítica dos, à época, quase mil posts do Urublog. Ele e sua equipe que tiveram a manha de fazer a seleção, um trabalho que eu certamente não seria capaz de realizar sozinho. No fim das contas achei que a seleção ficou legal e bem representativa do material publicado diariamente no Urublog.

Isis Kezia de Lima Alves de Moraes - Estudante, Apodi (RN) - Qual história que ficou mais marcante no seu livro?
Arthur Muhlenberg -  É muito difícil responder a essa pergunta, Isis, pois me falta o mínimo distanciamento critico. Mesmo sabendo que tem uns textos mais fracos que outros acabo achando todos legais. Mas curto muito os textos relativos à conquista do PentaTRI que encerram o livro.

Janaina Mascarenhas Correia, 16 anos, estudante,  Taiaçu (SP) - Oi Artur adoro seu blog e sempre que posso dou uma passadinha neles...gostaria de saber de onde vem tanta inspiração para aqueles textos, pois de todos blog do torcedor o seu é o melhor?
Arthur Muhlenberg - Janaina, valeu pela moral. A inspiração para os textos é o Mengão mesmo. Suas glórias, sua torcida e todo o universo rubro-negro que nos rodeia. Na minha humilde opinião Flamengo é o assunto mais rico que existe. Um tema inesgotável.

Darcio Teixeira da Silva, 28 anos, Paulo Afonso (BA) - Com tanta malandragem que você aparenta ter,quando foi que você sentiu aquela fisgada rubro-negra e tornou-se torcedor do Fuderosão?

Arthur Muhlenberg -  Darcio, gosto de pensar na idéia que a célula rubro-negra original já estava presente quando eu era apenas um homozigoto. Mas me lembro vagamente de algumas emoções flamengas enquanto eu ainda boiava em semi-consciência no liquido amniótico dentro do útero da mamãe.

Francismar Calefi Mudesto, 29, estudante, Pará de Minas (MG) - Grande Arthur,você defende um rubro-negrismo racional, mas, alguma vez, já perdeu algo por causa do fanatismo, seu ou de outras pessoas? Um abraço!
Arthur Muhlenberg -  Francismar, antes de mais nada é bom não esquecer que a expressão rubro-negrismo racional é paradoxal e até contraditória. Flamengo é paixão e quando a paixão entra em cena o racionalismo vai embora. Mas o fanatismo não é mesmo uma boa. Muitas vezes vacilei e coloquei o Flamengo a frente de certas convenções sociais e deixei de compartilhar momentos com amigos e familiares para acompanhar o Flamengo. Me arrependo por esses momentos, mas serviram de aprendizado. Hoje o Flamengo continua a ocupar uma parcela muito importante da minha vida, mas, felizmente, já não me impede de ter uma vida social dentro dos elásticos padrões do que chamam normalidade.  

Francisco Nascimento, analista financeiro, Rio de Janeiro (RJ )
- Grande Arthur, ainda não comprei o livro, mas sempre acompanho sua coluna no GloboEsporte. Com. Já vi algumas críticas relacionadas ao vocabulário usado nos textos publicados. Eu, como bom flamenguista e suburbano, gosto muito e acho que reflete no que ouvimos nos papos de boteco e no Maraca. Gostaria de saber como você convive com essas críticas e de que maneira isso influência no seu trabalho?

Arthur Muhlenberg -  Francisco, recebo todo tipo de crítica. Algumas por usar umas palavras inusuais e outras por usar gírias bem populares. Ou seja, critica não pode servir pra balizar o seu trabalho, porque é impossível agradar a todos. Mas sempre presto atenção a elas, porque muitas vezes são úteis e ajudam a melhorar a qualidade do trabalho.

Paulo Júnio Moreira de Mattos, 26 anos, funcionário público, Florianópolis (SC) - Prezado Arthur Muhlenberg, antes de mais nada gostaria de lhe dizer que sou um devorador de seus textos, adoro a forma que você escreve e expõe a paixão pelo nosso Flamengo. Contudo, tenho uma pergunta que sempre me faço depois de me divertir lendo seus posts: você não se sente ameaçado ou com algum medo em relação à exposição de sua pessoa, bem como, de uma provável exposição de sua família?
Arthur Muhlenberg - Paulão, diz um famoso canto de arquibancada que o rubro-negro não tem medo de morrer. Concordo 100% com isso e exerço meu rubro-negrismo de forma plena e apaixonada porque não conheço outra maneira de fazê-lo. A minha segurança e a da minha família continuam sob a responsabilidade do pessoal lá de cima que até hoje nunca me deram motivo pra reclamação.

Yuri Hildebrand, Estudante, Rio de Janeiro (RJ) - Você acha que da pra ser campeao brasileiro esse ano ? Leandro Carlos Lorençatto, 36 anos, administrador de Empresa, Guaraniaçu (PR) - Esquecendo um pouco a paixão pelo MENGÃO, qual as reais chances do nosso time nesse campeonato brasileiro? Ricardo Vinicius Faria de Brito, operador industrial, Teixeira de Freitas (BA) – Arthur, qual a chance na sua opinião do nosso querido Mengão ser campeão?

Arthur Muhlenberg - Nosso Mengão Fuderosão Doutrinador Master está fazendo em 2009 a sua melhor campanha desde a implantação dos pontos corridos. Boto muita fé nesse grupo e considero nossas chances de conquistar o Hexa excepcionais. Vamos tratar de fazer nossa parte e deixar que a arcoirizada tropece. Se derem mole nós estamos na parada.

Josevaldo Crispim, 38 anos, auxiliar de transporte, Londres, Inglaterra - Arthur, podemos dizer que depois que o andrade assumiu o flamengo teve  04 reforcos, a saber Alvaro e Maldonado que chegaram e Pet e Ze roberto que nao eram aproveitados pelo cuca, pra voce qual a diferenca basica do time do flamengo treinado pelo Cuca e o time do flamengo treinado pelo Andrade?
Arthur Muhlenberg - A diferença básica foi a entrada do Maldonado, do Álvaro e o Pet. E claro, a estrela vencedora do Andrade.

Antonio Jose Capella Junior, 35 anos, conferente portuário, Navegantes (SC) - Boa tarde, Arthur - Você acredita que o erro do Simon no jogo Fluminense e Palmeiras, era tudo que o Palmeiras queria para repassar sua queda de rendimento e incompetência para as costas de alguém, e qual sua opnião sobre essa desqualificação do campeonato feita pelo Belluzzo? Um abraço e rumo ao hexa!!
Arthur Muhlenberg - Esse chororô de arbitragem é ridículo e todo ano tem alguém chorando e colocando a culpa em alguém pelos seus próprios erros. Não tenho o menor saco pra isso. E na minha opinião o Beluzzo perdeu uma excelente oportunidade de ficar calado.  

Raphael Barbosa Medeiros, 28 anos, advogado, Cuiabá (MT) - Na sua humildíssima opinião, qual foi o melhor lateral da história do Flamengo? Leandro Peixe-Frito ou Júnior?
Arthur Muhlenberg -  Pergunta difícil essa, meu camarada. Assim você me quebra. Mas acho que dá pra ficar em cima do muro nessa. Afinal, Leandro ia pela direita e o Capacete dominava pela esquerda. Coloco os dois como os melhores que eu vi jogar no Mengão.

Rodolfo Paes de Farias, 23 anos, programador, Imbituba (SC) - Eu gostaria de saber quem são seus maiores ídolos na história do Flamengo e se foi por algum deles que se iniciou sua paixão pelo Mengão. Eu tive a sorte do Lico ter nascido na mesma rua que eu e quando era pequeno ganhei uma camisa do Flamengo dele e aquilo ali bastou pra eu me tornar flamenguista?

Arthur Muhlenberg -  Não precisaria de ídolo nenhum pra amar o Mengão. Mas dei uma sorte desgraçada, pude acompanha o Zico desde os seus primórdios. Aí não precisa de mais nada, concorda, Rodolfo

Jorge Souza dos Santos, 46 anos, Jornalista, Rio de Janeiro (RJ - Como você vê a falta de um estádio particular para o Flamengo?
Arthur Muhlenberg -  Jorge, não me importo muito com isso. Pra ser sincero, não me importo nem um pouquinho. Na humildade, o Flamengo tem o Maracanã, o mais importante estádio do mundo, porque somos nós que ocupamos 80% da sua capacidade ao longo dos seus 59 anos. Se você for reparar a Inter de Milão e o Milan nenhum dos dois tem estádio próprio. Já o Chievo e o Siena têm estádio. Você acha que alguém em Milão se preocupa com isso? A grandeza do Flamengo transcende meros patrimônios imobiliários.

Geraldo Luiz de Souza Alves, 28 anos, estudante, Brejo Santo (CE) – O campeonato carioca, sendo considerado o mais charmoso do Brasil, como você vê os times pequenos são tão fracos? Falta de patrocínio ou de estrutura do campeonato mesmo?

Arthur Muhlenberg - Falta de grana, principalmente porque os pequenos cariocas não conseguem manter bons elencos durante todo o ano. Não é falta de patrocínio, é a falta de datas que espremem o Carioca em um semestre. Infelizmente os regionais vão perdendo espaço em todo o país. Certamente vão acabar no futuro.

Douglas Freitas, 22 anos, contador, Três Lagoas (MS) –  Como você vê o fato do Flamengo ser o time de maior torcida no Brasil e mesmo assim não conseguir usar esse fator para se tornar o time mais rico e com mais bala na agulha pra contratar e disputar em condição de igualdade o campeonato Brasileiro e Taça Libertadores?
Arthur Muhlenberg -  Com uma tremenda tristeza no coração, Douglas. Mas também com esperança, porque sei que assim que o profissionalismo pleno, para dirigentes e não só para atletas, for implantado no Flamengo, tudo mudará e a nossa torcida será ainda mais importante do ponto de vista econômico.

José Eliadef Santiago Fahd, 21 anos, Estudante, São Luis (MA) -  Oi tudo bem? Queria saber como faço para comprar Manual do Rubro-Negrismo Racional em São Luis (MA).

Arthur Muhlenberg - Zé, ainda não sei se o livro está em sua cidade, porque a Editora 7 Letras só faz a distribuição do livro para Rio e São Paulo. Nas outras praças quem leva o livro são os distribuidores. Mas se o Manual do Rubro-Negrismo Racional ainda não chegou na Ilha Rebelde você pode comprar o livro diretamente pelo site da editora www.7letras.com.br

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