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Você Entrevista: Guilherme Teichmann

EXCLUSIVO: Principal reforço do Flamengo para a temporada 2009/10 do basquete responde às perguntas dos leitores da Agência Fla

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Em mais uma edição do "Você Entrevista" na Agência Fla, a equipe de jornalismo do site oficial do Flamengo conversou na tarde de quinta-feira, 12 de novembro, com o ala-pivô da equipe de basquete do clube, Guilherme Teichmann. O ala foi a grande contratação do time rubro-negro, tetracampeão carioca, bicampeão nacional e campeão sul-americano, para a disputa da temporada 2009/2010.

Segundo o técnico Paulo Chupeta, o atleta catarinense, de 26 anos, tem um espírito vencedor e que vai se encaixar rápido na equipe rubro-negra.

Teichmann foi um dos principais destaques do Limeira na última edição do Novo Basquete Brasil, com médias de 13,2 pontos, 7,1 rebotes, 1,8 assistência e 1,5 roubo por jogo. Com os limeirenses, também foi campeão paulista de 2008/09. Coincidentemente, Teichmann começou a se destacar no basquete nacional adulto no arquirrival do Flamengo, o Vasco. Sua carreira se iniciou no Corinthians do Rio Grande do Sul, e o ala passou por Monte Líbano (SP), South Plains College (EUA), Universidade de Tulsa (EUA) – onde chegou a ser cotado para o Draft da NBA – e Universo/Ajax (GO), antes de defender o Limeira e vir para o Flamengo.

Confira aqui as respostas do jogador às perguntas enviadas por e-mail pelos leitores da Agência Fla que foram selecionadas pela equipe do site oficial do clube. O jogador também respondeu a perguntas da equipe do site oficial e falou sobre o início de sua carreira, as expectativas para a temporada vestindo a camisa do Flamengo, a adaptação ao Rio de Janeiro e muito mais.



Equipe do Site Oficial do Flamengo - Como você se interessou em jogar basquete?
Guilherme Teichmann
Quando eu era pequeno, em Santa Cruz do Sul, a cidade respirava basquete. Eu sempre acompanhei. E aquele time do Corinthians, que era comandado pelo Ary Vidal, foi um grande espelho para mim. Dos 11 aos 15 anos eu jogava nas categorias de base e sempre assistia aos jogos do profissional. Foi uma influência muito forte para minha carreira.

Equipe do Site Oficial do Flamengo - Quem são seus ídolos no esporte?
Guilherme Teichmann
Há tanto tempo ninguém me pergunta isso (pensativo). Hoje em dia não tenho mais um ídolo em quem me espelho ou algo parecido, mas quando era criança gostava muito de ver o Shawn Kemp jogar. Era um jogador forte, que enterrava muito, que tinha um ótimo poder físico, além, é claro, do Michael Jordan, que decidia todos os jogos e era um jogador completo.

Equipe do Site Oficial do Flamengo - Conta um pouquinho da sua passagem pelo Vasco.
Guilherme Teichmann
Foi a minha estreia no profissional, fiquei por um ano e meio no Vasco e foi um lugar onde aprendi muita coisa. Fui treinado pelo Helio Rubens e tinha no grupo jogadores como Rogério, Demétrius, Charles Bird, Vargas, Helinho... Era um grande grupo, onde aprendi bastante e que me deu uma ótima base para ir para os Estados Unidos.

Equipe do Site Oficial do Flamengo - O que você aprendeu no basquete do EUA enquanto esteve jogando nos torneios universitários?
Guilherme Teichmann –
Fiquei quatro anos lá e aprendi muita coisa. O basquete americano é muito mais físico e intenso, então aprendi bastante nesta área. Além disso, uma coisa importante é o trabalho de fundamentos que eles fazem: como usar as mãos, como usar os pés, e isso também me ajudou bastante.

Paulo Júnior Moreira de Mattos, 26 anos, funcionário público, Florianópolis (SC) - Olá Guilherme, Gostaria de saber por que você não entrou para a NBA? O que faltou? Também queria saber por que você escolheu jogar no Flamengo?
Guilherme Teichmann
Acredito que faltou a minha equipe ter resultados um pouco melhores no basquete universitário. Não conseguimos a vaga para jogar o campeonato da NCAA, então, não tive muita exposição, e alguns técnicos também não acreditavam que eu tivesse chances. Era um sonho que acabei não concretizando, mas ainda espero jogar no exterior. Sobre vir para o Flamengo, sem dúvidas o que me fez acertar foi a vontade de brigar pelos títulos dos torneios importantes que o clube está disputando. Dou muito valor a isso, até para eu crescer também como jogador.

Ed Carlos Alves Holanda, 32 anos, advogado, São Paulo (SP) – Boa tarde, gostaria de saber a sua opinião referente ao profissionalismo do basquete brasileiro, e qual o seu maior sonho com relação a sua vida profissional?
Guilherme Teichmann
O basquete no Brasil, infelizmente, ainda está um pouco aquém na questão do profissionalismo. É um esporte apaixonante, dinâmico e que pode ser muito mais explorado no país. Sobre o meu maior sonho, acredito que seria jogar uma Euroliga. Já vivi a expectativa de ir para a NBA, mas essa fase já passou e agora penso em conseguir jogar em um clube forte da Europa e disputar uma Euroliga.

Gustavo Castelo Branco Sobrinho, 25 anos, bancário, Salvador (BA) – Guilherme, como é pra você jogar em um clube que tem a torcida mais apaixonada nos estádios de futebol e ter essa paixão refletida nos ginásios de basquete?
Guilherme Teichmann
Ainda não tive um contato com a grande massa rubro-negra, mas acredito que isso será muito bacana. Em Limeira também tínhamos uma torcida apaixonada, que estava sempre com a equipe, mas é claro que o Flamengo é diferente. Vi muito pela televisão as festas da torcida e estou ansioso para ver pessoalmente. Além disso, tem outras diferenças: os torcedores estão em todos os lugares, não só no Rio. Isso é uma coisa única, além da HSBC Arena, que é um ginásio que dá muito conforto à torcida e que tem uma capacidade grande de público.

Equipe do Site Oficial do Flamengo - Como está sendo sua adaptação ao Rio de Janeiro?
Guilherme Teichmann
O Rio de Janeiro é uma ótima cidade e, como toda cidade grande, tem pontos muito positivos e pontos negativos. É ótimo ter diversas opções de lazer. Você pode fazer muitas coisas: ir à praia, assistir a uma peça de teatro, ver um filme... Mas, ao mesmo tempo tem o trânsito, a violência... Enfim, até o momento estou gostando muito e tendo a oportunidade de conhecer o Rio de uma maneira como eu não conhecia.

Danilo Santos Villa Flor, 16 anos, estudante, Alagoinhas (BA) – Guilherme, como foi para você chegar a um clube bicampeão sul-americano e tri nacional? A outra pergunta: você acha que os atrasos de salários vão afetar o clube no NBB?
Guilherme Teichmann
Ao chegar aqui não senti nenhuma dificuldade, porque encontrei um grupo ótimo, que você percebe que é vencedor e que se adapta com tranqüilidade. Nos fatores extraquadra, o grupo também é experiente, sabe lidar com as dificuldades e isso dá uma tranqüilidade maior, apesar de ser uma situação diferente para mim. Até agora isso não atrapalhou, porque não deixo isso influenciar no meu jogo, mas espero que se resolva logo.

Lucas Cruzeiro Codeceira, 14 anos, estudante, Rio de Janeiro (RJ) – Teichmann, após a eliminação da Sul-Americana, gostaria de saber se o Flamengo está preparado e tem condições de conquistar pela primeira vez a Liga das Américas, torneio que qualifica para o Mundial de Basquete?
Guilherme Teichmann
No ano passado, o Flamengo chegou bem perto. Até ganhou do Brasília, mas depois perdeu para outra equipe e acabou eliminado. Acredito que as duas competições tenham um nível bem parecido. Na última temporada, o time acabou chegando perto, e não conseguiu, mas dessa vez acredito que temos muitas chances sim. Na Liga Sul-Americana nós tivemos alguns desfalques importantes, o time também estava sem ritmo de jogo, mas para a Liga das Américas, com o grupo completo e com a sequência de jogos, vamos estar preparados.

Julio José dos Santos Terroso, 50 anos, autônomo, Rio de Janeiro (RJ) – Como você consegue, sendo um jogador esguio, ter tanta força e impulsão para dar tantas enterradas? Tem horas que você parece um pivozão americano...
Guilherme Teichmann
Acredito que isso seja uma habilidade natural. Desde pequeno eu sempre tive muita impulsão, muita velocidade, e com o trabalho físico forte ao longo dos anos, fui evoluindo. Sempre tive essa qualidade, digamos assim, e gosto desse estilo de jogo.

Gilsimar Cardoso, 42 anos, servidor público, Brasília (DF) – Olá Teichmann, tenho certeza que já esteja adaptado ao grupo que eu considero forte ofensivamente. Minha preocupação está no sistema defensivo, não tenho tanto conhecimento assim como vocês, mais nas narrações e vendo os jogos dos campeonatos fico preocupado com nosso garrafão, infelizmente perdemos Baby. Como fica o time sem um pivô (jogador nº 5) aquele que pega os rebotes mais vezes?
Guilherme Teichmann
É natural a torcida e até o próprio time sentir a falta do Baby, que é um jogador grande, de referência e que é diferenciado no basquete brasileiro. Mas não acho que estamos sem um jogador nesta posição. Pelo contrário. Temos o Coloneze, o Alírio e o Wagner, que têm muita presença. Claro que a perda do Baby enfraquece um pouco o grupo, mas continuamos bem fortes. A conquista do Nacional de 2008 é uma prova de que este fator não vai ser o diferencial se formos ou não campeões, porque o Flamengo foi campeão com os mesmos pivôs que estão aqui hoje.

Matheus Marques Martins, 14 anos, estudante, Brasília (DF) - Teichmann, o que você acha do elenco de basquete do Flamengo e quais são os seus objetivos no clube para a temporada 2009/2010?
Guilherme Teichmann Quero conquistar títulos aqui. O grupo é muito forte e não só o meu objetivo como o de todo o grupo é buscar o título nacional ou da Liga das Américas e vou me dedicar o máximo para isso.

Marcel Pereira, 32 anos, economista - Teichmann, quais os adversários com garrafão mais forte que o Flamengo terá pela frente no NBB?

Guilherme Teichmann Não só no garrafão, como de uma maneira geral, teremos como grandes adversários as equipes do Minas e do Brasília, que mantiveram a base e se reforçaram para esta temporada. Além disso, o Joinville e as equipes paulistas, como São José, Franca e Paulistano, são boas equipes e também podem complicar.

Equipe do Site Oficial do Flamengo - De que modo os Jogos Rio 2016 podem contribuir para o desenvolvimento do esporte no Brasil e no Rio?
Guilherme Teichmann – Isso pode ser muito importante para o basquete no Rio de Janeiro. Espero que surjam novas equipes, que os times de camisa voltem a jogar o Estadual e que tenhamos um campeonato forte aqui no Rio. Porque não pode só o Flamengo ter uma equipe de ponta em um estado com tanta tradição no esporte. Acredito que podemos ter mais patrocínio e mais atenção ao basquete com os Jogos Olímpicos.

Fabio Rodrigues Thiago, 23 anos, professor de Educação Física, Niterói (RJ)  - Guilherme Teichmann, quais os benefícios que uma transmissão do NBB por um canal aberto traria para o basquete brasileiro e, conseqüentemente, para o Flamengo?
Guilherme Teichmann
Seria muito importante a massificação do esporte. As transmissões em canal aberto ampliam o número de pessoas que acompanham o basquete, dá uma audiência maior para o esporte e isso faz uma diferença enorme. Leva o basquete a todas as pessoas e pode trazer muito retorno para os clubes.

André Amaral, 23 anos, funcionário público, Vitória (ES) – Você é considerado um dos grandes defensores do basquete brasileiro. Como é encontrar o equilíbrio entre uma boa defesa e a força do ataque sempre foi o forte do Flamengo?
Guilherme Teichmann O Flamengo tem um grupo muito forte no ataque. Sabendo disso, buscamos trabalhar bastante a defesa, para marcarmos forte e usarmos o contra-ataque como arma, já que temos jogadores muito rápidos e muito eficientes, como o Duda e o Marcelinho. O sistema ofensivo é forte e, por isso, trabalhamos bastante a defesa.

Equipe do Site Oficial do Flamengo - A equipe vem treinando e jogando na HSBC Arena. Que benefícios técnicos essa estrutura proporciona para os jogadores e de que modo você compara essa instalação com outras no país e no exterior?
Guilherme Teichmann No Brasil, não existe arena tão completa, e o maior beneficiado disso tudo é a torcida do Flamengo, além do próprio clube. Acredito que a Arena ainda pode ser uma grande parceira e um grande trunfo até na própria busca por patrocinadores. É um ginásio de primeiro mundo e, como diz o nome, multiuso. Pode ser utilizado para diversos eventos, até nos dias de jogos de basquete, como na NBA, para atrair os torcedores.

Wellington Flores, 54 anos, engenheiro, Belo Horizonte (MG) – O que você acha da estrutura do esporte olímpico do Flamengo e principalmente a do basquete, é uma equipe competitiva?
Guilherme Teichmann Eu vejo esses esportes acontecendo no clube, mas não tenho outros detalhes da situação em que se encontram, mas, sem dúvidas, o Flamengo é um clube bem completo e com um potencial enorme nesta área. O trabalho tem que ser feito com muita seriedade para explorar da melhor maneira possível esses esportes, como a ginástica, a natação e o vôlei.

Equipe do Site Oficial do Flamengo - Você e o Coloneze são dois adeptos do Twitter. De que modo você usa essa ferramenta para se relacionar com o meio e com os fãs do esporte?
Guilherme Teichmann É uma maneira ótima de poder expressar a minha opinião. Porque, normalmente, a nossa opinião é expressa por outras pessoas. Em entrevistas, pela imprensa... No Twitter nós podemos falar o que pensamos, o que achamos, sobre as mais diversas situações, para os torcedores, para os amigos e até para a própria imprensa. Tem até um caso engraçado, de quando eu vim para o Flamengo, que postei no Twitter que estava acertando com o clube mais para comunicar aos meus amigos, e acabei me esquecendo que tinha alguns seguidores da imprensa. Por isso, a notícia acabou se tornando um anúncio oficial sem que eu quisesse. Apesar disso, acredito que é uma ferramenta bem interessante para eu me expressar e também para receber um feedback do meu trabalho. É muito bom ter esse relacionamento com os torcedores. É um espaço ótimo para falar e ouvir, para opinar e responder, e ficar bem conectado com a torcida.