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"Quero usar minha bandeira, quero estar com o Brasil"

Em coletiva, Jade Barbosa diz que ainda não perdeu as esperanças de ir a Londres

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Com o mesmo jeito meigo, seguro e emocionado de sempre, a ginasta Jade Barbosa conversou com a imprensa na tarde dessa terça-feira (03.07), no Ginásio Claudio Coutinho, na Gávea, e aproveitou para fazer um apelo à Confederação Brasileira de Ginástica. Com 21 anos, Jade Barbosa iria para sua segunda olimpíada, mas acabou sendo cortada pela coordenadora técnica Georgette Vidor por não concordar com algumas cláusulas do contrato. Centrada e determinada, a ginasta do Flamengo fez questão de repetir inúmeras vezes que nunca teve a intenção de brigar com a Confederação ou gerar algum tipo de conflito.

"Chegou um contrato na minha casa, como todos os atletas também receberam. Eu li o contrato e não concordei com algumas cláusulas que vinham. Depois disso eu tentei negociar com a Confederação sobre o contrato, sem problemas. Domingo à noite eu recebi um e-mail da CBG falando que se eu não estivesse com o contrato assinado eu não poderia comparecer ao treinamento da seleção. Bom, eu continuei tentando conversar sobre o contrato, ao longo disso tudo, eu não pude participar de nenhuma competição. Fiquei chateada", disse a ginasta, que vem se preparando há quatro anos para disputar os Jogos de Londres.

Jade ainda tem esperanças que a Confederação reconsidere e seu nome esteja na relação de atletas que será divulgada nesta quarta-feira.

"Bom, eu realmente estou preparada fisicamente, estou fazendo o mesmo treinamento que as meninas lá do centro. Eu estou preparada porque eu venho fazendo bons treinos. A Georgette pode entender que eu estou preparada. Eu resolvi assinar esse contrato porque foi muito investimento, muito trabalho em muitos anos que poderiam acabar não acontecendo por cláusulas, pela parte burocrática. Eu cedi em vários momentos, estou aqui à disposição porque é um sonho. E eu quero muito essa oportunidade, é um sonho que eu tenho certeza que eu estou preparada, eu trabalhei muito para isso. Eu queria mesmo fazer parte desse time que vai para Londres. Eu acho que estou apta eu acho que cláusulas contratuais não podem atrapalhar a minha ida a Londres".

Visivelmente abalada, Jade se diz confiante. -"Eu espero que tudo dê certo, essa parte burocrática já foi resolvida, eu tenho condições de representar o Brasil, eu não deixei nenhum dia de treinar. Eu fiz o planejamento dessa olimpíada. A esperança é a última que morre, eu estou pedindo de verdade de coração, realmente é um sonho meu, era uma meta minha. Se a parte burocrática já foi resolvida, o que falta? Eu estou preparada e digo que estou. Eu posso ter errado em alguma coisa, mas nunca tive a intenção de constranger a Confederação. Mas eu fui até onde eu podia, quando eu vi que eu era fraca demais pra isso reavaliamos e vimos o que podia ser feito. Em nenhum momento eu neguei usar o uniforme da seleção. Eu quero usar a minha bandeira, eu quero estar com o Brasil", encerrou a ginasta.