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Ao lado do ídolo Isaquias Queiroz, Jacky Godmann encerra primeira participação olímpica no C2 1.000m

Veterano e estreante, rubro-negros terminaram com a 4ª colocação em Tóquio em final disputada. Eles voltam a competir na quinta-feira (5), no C1

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Entre tantas histórias emocionantes que ganham destaque em tempos de Olimpíadas, uma parceria especial chamou a atenção na noite desta segunda-feira (02), manhã de terça em Tóquio. Um jovem canoísta realizou um sonho: disputou uma final olímpica. E fez isso ao lado de seu maior ídolo. Jacky Godmann e Isaquias Queiroz, estreante e veterano, ambos do Mais Querido, ficaram com a quarta colocação na prova do C2 1.000m, na segunda competição internacional de Jacky.


Com uma bela apresentação na semifinal, a dupla se garantiu na decisão após administrar a prova e terminar a bateria em quarto lugar, com o tempo de 3:27.167. Na grande final, experiência e juventude se mesclaram em uma boa performance, mas não foi suficiente para garantir o pódio.


Emocionado, Isaquias desabafou após a disputa.


“A gente sabe o quanto treinou. A gente treinou muito, sofreu muito”, disse o canoísta. “Foi duro, não é porque é a primeira Olimpíada do Jacky que foi bom, não foi. Ele sabe o quanto treinou. O Lauro (técnico) sabe que o nosso C2 estava sendo o melhor de todos os tempos do Brasil, estávamos trabalhando muito mesmo. Mas a gente lutou, chegamos aqui bem. Os outros foram melhores que nós”.


O jovem Jacky Godmann, de 22 anos, viveu nos últimos meses uma história digna das telas de cinema. Há três anos treinando de volta com a Seleção Brasileira em Lagoa Santa (MG), o baiano de Itacaré disputou em maio sua primeira competição internacional. Logo de cara, acompanhado por sua maior referência no esporte, ele garantiu a medalha de bronze na Copa do Mundo. A ida para Tóquio, entretanto, não estava em seus planos. Isaquias remaria com Erlon de Souza, seu parceiro na conquista da medalha de prata em 2016, nos Jogos do Rio. Lesionado, Erlon não se recuperou a tempo e Jacky foi anunciado como substituto no dia 2 de julho, apenas duas semanas antes do embarque para o Japão.


Após a prova, o rubro-negro também falou sobre a mistura de sentimentos.


“Foi missão cumprida e não cumprida. O objetivo aqui era pegar uma medalha, então saio com um gostinho de derrota, mas com um trabalho bem feito. Demos o nosso melhor na água, o Isaquias é um cara que admiro muito e o Lauro também, tenho que agradecer aos dois. Obrigado por tudo”, explicou Jacky.


Sobrinho de Valdenice Conceição, medalhista pan-americana em Toronto 2015 e atleta olímpica no Rio em 2016, e de Vilson Conceição do Nascimento, medalhista de prata nos Jogos Pan-Americanos do Rio 2007, Jacky Godmann tem a canoa no sangue. Ele volta a competir em um desafio ainda maior na quinta-feira (4), agora, individualmente e com Isaquias Queiroz, que procura continuar fazendo história, como adversário. O maior medalhista do Brasil em uma única edição dos Jogos vai em busca do ouro inédito no C1 1.000m a partir de quinta-feira (05). Em 2016, o rubro-negro conquistou duas pratas e um bronze.


As equipes de remo e canoagem do Clube de Regatas do Flamengo contam com recursos de seus patrocinadores – Estácio, AmBev, Rede D’or, IRB Brasil RE, CSN, Brasil Plural, EY – via Lei de Incentivo Federal/Ministério do Esporte (IR) e Lei de Incentivo Estadual/Secretaria de Estado de Esporte, Lazer e Juventude (Seelje) do Rio de Janeiro, além de apoio do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC) proveniente da descentralização de recursos oriundos da Lei Pelé.