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Campeã da Superliga em 2001, Virna relembra final histórica contra o Vasco

Ex-atleta falou sobre o jogo inesquecível e a emoção de vestir a camisa rubro-negra

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A passagem da ex-atleta de vôlei Virna pelo Flamengo foi histórica. Uma das principais jogadoras do país, a medalhista olímpica protagonizou a maior conquista da modalidade rubro-negra. Em conversa com a Fla TV, Virna falou sobre a inesquecível partida, que rendeu ao clube o título da Superliga, em 2001, contra o Vasco. 

Trajetória no Flamengo:


Em 1996, jogando a Olimpíada de Atlanta, estava sem time devido ao ranqueamento da Superliga. Já estava pré-averbada com uma equipe na Itália, eu e a Leila, mas quando acabou a Olimpíada, viemos para o Brasil para decidir realmente a nossa vida. Foi quando a Isabel, ex-jogadora de vôlei, nos procurou porque o Flamengo estava montando uma equipe. (...) Jogamos o primeiro ano em um time montado meio às pressas, as melhores jogadoras já estavam encaminhadas para outros mais fortes, e fizemos uma campanha mediana. No ano seguinte, o Eurico Miranda resolveu montar um time no Vasco também, depois que viu o Flamengo competindo e ligou para mim. Levou a Isabel, que era a técnica, levou a Fabi, a líbero, e ficou negociando comigo e com a Leila para sairmos também do Flamengo e irmos para o Vasco (...). Eu falei “olha, presidente, eu não traio a minha equipe. Sou Flamengo desde criança e não posso jamais vestir a camisa do maior rival”. Ele foi aumentando a proposta, até que no final era o dobro do que eu ia ganhar no Flamengo.Mas eu falava “não, não vou trair minha Nação”. E eu fiquei. (...) Quando começou o campeonato, o time deu uma engrenada e fomos para a semifinal. Ninguém esperava. O Vasco era uma seleção brasileira, um timaço. Ganhar do Vasco era muito difícil. Moral da história: ganhamos a semifinal e fomos fazer a final contra o Vasco. Foi a maior alegria da minha vida.

Jogo inesquecível:


Quando a gente fez essa final com o Vasco, já estávamos há uns meses sem salário. Foi bem difícil, ficamos uns quatro meses sem receber. As meninas querendo desistir e a gente “não, superação, Flamengo é raça, é o Manto Sagrado”. E conseguimos fazer aquela final, então não tem como não ser inesquecível aquele jogo. O ginásio lotado! Eles cantavam o hino, cantavam o meu nome, era arrepiante. (...) Quando acabou, a torcida começou a gritar, a gritar meu nome, eu abracei as meninas e fui correndo para eles. Fiquei tão emocionada naquele dia que saí do ginásio com top e short, e minha camisa da sorte que eu guardei. Tudo que tinha eu doei. Jogava o tênis, a meia, a joelheira... E olha a coincidência, como passou o jogo na TV essa semana, eu recebi no Instagram uma mensagem de um fã falando que eu joguei a camisa para ele. Achei tão emocionante ele me encontrar e contar essa história. Então não tem como esse título não ser o inesquecível da minha vida. Você jogar com a sua camisa, a número 10 do seu ídolo, seu time de coração. Nossa, que emoção!

Amor pelo Flamengo:


Eu sempre fui flamenguista desde criança. Eu lembro que meu pai era abcdista e eu tinha uma tia, irmã do meu pai, que era americana e flamenguista. Nós íamos para o campo em Natal, no Rio Grande do Norte, o Castelão, e eu ficava do lado da minha tia e meu pai do outro lado, porque éramos adversários. Essa paixão começou desde criança e minha tia sempre me falava do Zico e eu comecei a me interessar pela carreira dele, me apaixonei pelo atleta, hoje pela pessoa dele. E aí quando eu vim para o Flamengo ele me deu a camisa número 10. Ele que me entregou, inclusive eu tenho essa foto, que é emocionante.

Confira a conversa com Virna no quadro “Meu Jogo Inesquecível”, da Fla TV: