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Profissionais do Flamengo ajudam a construir craques

Fisiologistas e preparadores físicos falam sobre o tratamento dado aos jovens da base rubro-negra

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Desde que estreou na Copa São Paulo de Juniores, a equipe do Flamengo tem se destacado. Atuando em grande forma, os garotos da base rubro-negra seguem invictos na competição. Com o próximo desafio já marcado para domingo (18.01), contra o Atlético-MG, os atletas do Mais Querido seguem em treinamento forte visando o sucesso em um campeonato que abre portas no futebol profissional. As vitórias obtidas até aqui pela equipe comandada pelo treinador Zé Ricardo não são atoa.

A base rubro-negra, além de contar com jogadores talentosos, recebe um tratamento mais que especial de fisiologistas, nutricionistas, preparadores físicos, entre outros profissionais, que ajudam a lapidar esses atletas que, em alguns anos, poderão integrar o time profissional do Mais Querido. Para fazer valer a velha máxima de que craque o Flamengo faz em casa, a fisiologia do clube trabalha diariamente buscando uma maturação física desses meninos, como explica Cláudio Pavanelli, fisiologista do futebol profissional. "A partir do juvenil, 16, 17 anos, a gente começa a ter um atleta pronto para o jogo. Já se tornam aptos para um stress maior de treinamentos. Alguns tem uma maturação maior antes, outros ainda são crianças, uns precisam ganhar ou perder gordura. Varia muito de atleta para atleta. Nesse momento, fazemos nosso trabalho em parceria com nutricionistas para analisarmos o que aquele jovem precisa", contou.

Ainda de acordo com Pavanelli, cada jogador é monitorado de perto, justamente para não causar problemas ósseos ou musculares no futuro por conta de uma carga exagerada ou reduzida de treinamentos. "Atletas como Neymar, por exemplo, quando tinha 13 anos, não propiciava à comissão técnica ser tão agressiva. Damos ao atleta o que ele é capaz de fazer. Outro exemplo é o nosso atleta Gabriel. Em dois anos, o garoto teve um ganho muscular significativo. Em formas gerais, é uma mesma linha de trabalho, a forma de aplicar é que é diferente", disse.

Mesmo com esse trabalho implementado de forma bastante eficaz, a produtividade dos jovens jogadores depende de outros acompanhamentos profissionais. Diogo Linhares, preparador físico do sub-20 rubro-negro, deixa claro que a disciplina por parte destes dos jogadores também é fundamental. "No futebol atual, os meninos já têm uma consciência profissional muito, muito grande. Eles se dedicam para ter o desenvolvimento que querem. O nosso grupo tem disso. A preparação vem da base até o profissional. Mesmo ainda não sendo do time principal, eles sabem que são atletas. A gente coloca num trilho, cabe a eles seguir. Nesse ponto, o extra campo é fundamental. Eles passam 3,4 horas por dia conosco. O resto é com eles. É necessário saber que descanso é fundamental. É muito negativo ver um talento se perdendo", observou.

De acordo com Juliano, fisiologista das categorias de base, alguns atletas já saem favorecidos simplesmente por terem um biotipo mais preparado, ou, por, simplesmente, possuírem um talento diferenciado, o que acaba facilitando o trabalho dos profissionais do Flamengo. "O talento não se constrói, ele é encontrado e lapidado. Se ele não tiver talento, não adianta nada, ele não chega a lugar algum. Apesar disso, é preciso saber que a preparação física dá o pilar para que o atleta mostre seu potencial."

Ainda de acordo com Juliano, uma característica em si faz toda a diferença no futebol atual e pode tornar um jogador diferenciado. "Vários pontos são importantes, desde força até uma boa alimentação, mas com absoluta certeza o futebol de hoje depende muito da velocidade do atleta. O jogador que tem um grande desempenho em mudança de direção se difere dos demais, basta observar os melhores do mundo. Força, potência e explosão muscular fazem com que o jogador produza acelerações e desacelerações com maior rapidez, fazendo com que ele se destaque", concluiu.