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Cristiano Felício, um orgulho da Nação

Vice-presidente de Esportes Olímpicos, Alexandre Póvoa, comenta entrada de rubro-negro na NBA

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Nação Rubro-Negra,

Em agosto de 2013, o basquete do Flamengo fazia uma aposta em um atleta de 21 anos, que voltava de uma temporada pessoalmente complicada para ele no basquete universitário norte-americano.

Cristiano Felício sempre foi um garoto humilde e extremamente disciplinado dentro e fora da quadra. Durante os últimos dois anos da equipe chamada de "Orgulho da Nação" pela nossa torcida, Cristiano ganhou simplesmente todos os títulos, participando ativamente de uma geração "Campeã de tudo", inesquecível do basquete rubro-negro: Dois Campeonatos Cariocas (chegando ao deca), uma LDB (Liga de Desenvolvimento de Basquete, sendo vice-campeão na edição seguinte), duas NBBs (completando a trilogia iniciada em 2013), uma Liga das Américas e a maior conquista do clube em geral nessa década – a Copa Intercontinental de Basquete, conquistada em cima do campeão europeu. Além disso, participou ativamente dos primeiros jogos de uma equipe da América Latina na pré-temporada da NBA em solo norte-americano.

O Flamengo proveu enorme suporte ao desenvolvimento do atleta, que teve alguns problemas físicos que poderiam até comprometer a sua promissora carreira, além de importante suporte psicológico para uma personalidade muito introvertida. Cristiano chegou a ser criticado pela torcida e muito cobrado pela comissão técnica, porque era evidente o seu enorme potencial a ser desenvolvido na posição de pivô, tranquilamente em nível de seleção brasileira. Esse processo de amadurecimento faz parte da carreira dos grandes atletas.

O Flamengo "dobrou" a aposta em seu segundo ano de contrato, quando a diretoria reformulou o elenco, na premissa de dar mais espaço a ele, mais tempo de quadra. Ele correspondeu plenamente às nossas expectativas. Renovamos recentemente o seu contrato por mais dois anos, com uma cláusula rescisória que o liberava apenas no caso de transferências para a NBA, a partir do pagamento de uma multa estipulada em contrato.

Em 2015, Cristiano Felício foi convidado para participar da pré-temporada do tradicional Chicago Bulls (simplesmente a casa de Michael Jordan), em um acordo em que o clube norte-americano tinha a opção de exercer o direito sobre o atleta em definitivo até o final de outubro. O Flamengo então o liberou da pré-temporada na Gávea e ele embarcou para os EUA no dia seguinte de nossa grande conquista do tricampeonato do NBB.

Recebemos nessa segunda-feira (26.10), a confirmação de que o Chicago Bulls, em face à excelente pré-temporada do Cristiano, decidiu efetivar um contrato em definitivo com ele. O C.R. Flamengo lamenta não contar mais com o atleta, mas expressa o enorme orgulho de ter contribuído decisivamente para o seu desenvolvimento. É um sonho para qualquer jogador de basquete chegar à NBA, façanha para poucos, sobretudo em um clube com a tradição do Chicago Bulls. Estamos muito felizes pelo atingimento de um objetivo dessa magnitude por um garoto muito dedicado, oriundo de família carente, e que teve no Flamengo todo o suporte para chegar lá. Estávamos totalmente certos na hora em que apostamos nele, a despeito de várias resistências e críticas internas e de um total "desprezo" da imprensa especializada, que exaltava jogadores jovens de outros clubes, estranhamente ignorando o potencial de Cristiano.

Grande sorte ao nosso querido Cris, "arrebenta moleque", estamos torcendo demais por você, represente o Orgulho da Nação no basquete mais poderoso do planeta! Temos a certeza que um dia você voltará a vestir o nosso Manto Sagrado, com o qual teve as maiores alegrias da sua vida no basquete. Já estamos com saudades!

O preço do sucesso é esse mesmo. Perdemos jogadores importantes para os melhores centros de basquete do mundo - Europa e NBA. Estamos em fase de reconstrução da equipe, bastante atrapalhados pela crise econômica brasileira e o dólar a R$ 4/US$. Ser campeão do mundo é para poucos, não temos o que lamentar e sim trabalhar muito. Fica reforçada a lição também de como é fundamental, em qualquer esporte, o fortalecimento das categorias de base, também em profunda reformulação no basquete do Flamengo.

Teremos uma fase natural de transição, mas podem ter a certeza, que o "Orgulho da Nação" continuará forte, disputando com força todos os títulos que estiverem disponíveis.

Saudações rubro-negras,
Alexandre Póvoa
VP Esportes Olímpicos