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José Neto faz um balanço geral da temporada 2016/17 até o momento

Treinador rubro-negro comenta números da fase classificatória e fala sobre o elenco, período sem jogos e objetivo final

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O Flabasquete encerrou a fase classificatória do NBB9 na primeira colocação. Com esse resultado, garantiu sua vaga direto nas quartas de final, o que lhe proporcionou um período sem jogos, à espera de seu adversário que sairá do confronto das oitavas entre Pinheiros e Vasco. Além disso, o Rubro-Negro ainda tem a vantagem do mando de quadra durante toda a série dos playoffs até uma eventual final. Com exclusividade para o Site Oficial do Mais Querido, o técnico do Flamengo, José Neto, comentou os números da fase classificatória, elenco, período de treinos sem jogos e objetivo final de seu quinto ano à frente do time mais vitorioso do Novo Basquete Brasil.
 
Site Oficial: Em cinco temporadas de NBB que você comandou o Flamengo (incluindo a atual), o seu grupo de trabalho encerrou fora da primeira colocação apenas em 2014/15 (em terceiro). Apesar dessa, garantimos o mando de quadra nos playoffs em todos os outros anos, desde 2012. A que você atribui esse fato?

José Neto: Sabemos que é apenas uma parte do trabalho realizada, mas é  uma conquista que não podemos desprezar. Afinal, levando em consideração que o campeonato vem aumentando o nível de competitividade a cada ano, a nossa equipe sempre sofrendo reformulações no elenco, conseguir este feito de  terminar a fase de classificação na liderança por 4 de 5 anos seguidos faz com que o trabalho que está sendo realizado aumente sua  credibilidade. Conseguimos formar um grupo de trabalho com profissionais muito competentes em suas áreas de atuação, mas, acima de tudo, com um perfil de saber usar esta competência que possuem, agregando valor e qualidade ao trabalho do outro. Não tenho dúvidas que esse é um fator fundamental para tudo o que conseguimos até hoje. Entretanto, o que queremos está mais à frente. Temos o foco bem ajustado para o nosso objetivo e vamos continuar trabalhando para isso.
 
S.O.: Ao total, foram 130 vitórias em 152 jogos de temporada regular, ou seja, 81% de aproveitamento nas fases classificatórias do NBB. Como você enxerga esses números?

J.N.: Realmente são números impactantes. Números difíceis de encontrar em qualquer outra competição pelo mundo. Números que nos enchem de motivação para seguir em frente. Adquirimos um hábito de olhar sempre para o que vai acontecer, porque o que buscamos está pra frente e não atrás. Portanto são estas conquistas que vamos adquirindo que dá credibilidade ao trabalho e uma condição melhor para buscarmos nossos objetivos finais em cada temporada.
 
S.O.: O Flamengo entrou no NBB9 com uma equipe atípica, bem diferente dos anos anteriores, recheada de jogadores da base. Atualmente a gente consegue visualizar facilmente a evolução desses meninos, como o Lelê, por exemplo, que tem tido mais tempo de quadra e ajudado o grupo de forma palpável. Faça uma avaliação dessa evolução dos meninos na fase classificatória. O que ainda precisa ser mudado?

J.N.: Eu acredito que sempre se pode melhorar. Fizemos uma fase de classificação surpreendente, mas sabemos que precisamos continuar melhorando. Devido a vários fatores no início da temporada, principalmente pela perda de um patrocínio master, tivemos que reformular o elenco. Não poderíamos esquecer que  outros patrocinadores continuaram acreditando e merecem todo nosso respeito e comprometimento de sempre.  Aprendi durante a vida  que na dificuldade há também uma oportunidade. Procuro passar esse conceito para a prática no dia a dia onde estou.  Enfim, tivemos que praticar uma ideia que procuro passar a equipe, de colocar o foco na solução e não no problema. Trabalhamos de uma forma que mesmo esses jogadores mais jovens (que muitos deles estavam fazendo sua estreia em uma equipe adulta) tivessem a capacidade de ajudar a equipe em um nível alto de expectativa que o Flamengo tem. Meus companheiros de CT praticam isso muito bem! Os jogadores entenderam a necessidade de dar um pouco mais do que o normal para atingir a excelência. Enfim, essa "engrenagem" funcionando é o que fez obtermos os resultados até o momento.
 
S.O.: Apesar de terminarmos a fase de classificação em primeiro, sabemos que você sempre busca a excelência no trabalho apresentado pelo grupo que lidera. Qual sua avaliação quanto aos pontos positivos e negativos do basquete do Flamengo na temporada atual?

J.N.: Se analisarmos somente os números, nos satisfazemos com algumas coisas e nos frustramos com outras. O propósito no momento é  de estarmos cientes daquilo que representam estes números porque estamos no meio de um processo e não no final. Não cabe portanto expressar nenhuma conclusão agora. O que quero dizer é que precisamos continuar aprimorando aquilo que estamos fazendo bem (nosso ataque, eficiência, assistências, rebotes) e melhorar aquilo que nos deixam mais vulneráveis, como os pontos sofridos, por exemplo. A necessidade de evoluir tem que ser constante. Nossa equipe está habituada a buscar atingir novas metas e assim chegarmos nos objetivos propostos.
 
S.O.: No início da temporada tivemos alguns desfalques importantes na equipe, como o Fischer, o Pedrinho, o Marcelinho um pouco mais à frente, e o Humberto que retornou ao elenco, mas se lesionou novamente e está ainda fora dos relacionados. Como você administrou o trabalho sem eles e como funcionou o processo de retorno desses jogadores às quadras?

J.N.: Acredito que em uma modalidade coletiva o que tem que prevalecer é o coletivo. Por isso, procuramos formar um elenco capaz de suprir ausências, mesmo estas sendo ausências importantes como as citadas. Para que o elenco seja capaz disto, é fundamental o trabalho do dia a dia. A comissão técnica tem que criar estas condições. Conseguimos formar essa equipe de trabalho competente e agregar a atitude positiva nos atletas de buscar evoluir sempre. 
 
S.O.: Como você pretende administrar o planejamento de treinos nesse momento sem jogos? O quão difícil é manter o foco dos jogadores em um momento onde não precisam entrar em quadra para disputas?

J.N.: Uma das metas que colocamos no planejamento é terminarmos a primeira fase entre as quatro melhores equipes justamente para termos este período onde utilizamos para poder prepara melhor a equipe para o momento decisivo do playoff. Em um primeiro momento trabalhamos com o foco na nossa própria equipe. Melhorar os aspectos que avaliamos nesta primeira fase e posteriormente trabalhamos especificamente com as possibilidades características dos adversários que poderemos cruzar nos playoffs.

A equipe de basquete adulto do Clube de Regatas do Flamengo conta com aporte direto de recursos de seu patrocinador Estácio além de investimentos da Tim via Lei Estadual de Incentivo ao Esporte/Secretaria de Estado de Esportes, Lazer e Juventude (ICMS).