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George Chaia e Gegê: pai e filho a serviço do Flamengo

Além de dividir o mesmo nome, pai e filho dividem a paixão pelo Flamengo

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George Chaia: este é o nome do treinador da equipe masculina de polo aquático do Flamengo e do armador do time profissional de basquete rubro-negro, Gegê. Quem vai na piscina da sede do Clube na Gávea ou nas quadras da bola laranja percebe a semelhança física de pai e filho, mas a sintonia entre eles vai muito além, e entra na personalidade e no amor pelo esporte e pelo Mais Querido.

Chaia pai brilhou com as toucas de Tijuca, Botafogo, Fluminense e Flamengo, e disputou nada menos que cinco campeonatos mundiais de pólo aquático em 18 anos de serviços prestados à seleção brasileira. Gegê não chegou a disputar nada pelo polo: para ele, a modalidade era uma brincadeira com seu pai depois dos treinos de futsal, onde chegou a ganhar prêmios nas categorias de base.

"Ele era treinador do time de polo aquático feminino do Fluminense e eu jogava futsal na época. Quando acabava o treino eu ia para a piscina e ficava lá brincando com ele. Não cheguei a fazer parte da equipe, mas sempre achei um dos esportes mais bonitos de se assistir e muito legal de jogar", conta.

O armador rubro-negro lembra de quando era criança e era quase um amuleto para Chaia: onde o pai ia, o filho ia atrás. Nos treinos da seleção brasileira de polo aquático aos pódios das competições, George levantava os troféus e o pequeno Gegê. Por isso, nem as constantes viagens afastaram Chaia de seu filho: acabaram aproximando ainda mais.

"Eu acompanhava muito meu pai quando ele era atleta. Todos os treinos eu estava presente, até nas premiações das competições eu ia no colo dele, pequenininho. Muito do que eu sou e do que vivo hoje de atleta, de competitivo eu devo a ele. O que me incentivou a ser atleta foi ter vivido esssa caminhada ao lado dele. Desde o início, a presença dele na minha vida foi o que mais me fortaleceu. Tudo que ele fala para mim eu sei que é para o meu bem, porque ele já passou por isso", disse.

Gegê nunca sofreu nenhum tipo de pressão para seguir os passos do pai. Por outro lado, o incentivo de seu avô materno e o encontro com um craque do basquete foi fundamental para sua escolha decisiva de modalidade esportiva.

"Desde o início, nossa relação foi incrível. Ele (seu pai) nunca me obrigou a fazer nada, sempre me incentivou a fazer o que eu gostava. Ele me deixou me identificar com o esporte. Eu pratiquei muitas modalidades, fiz futsal, natação, judô, cheguei a fazer polo aquático, mesmo sem ser federado, mas no basquete eu me identifiquei e estou aqui até hoje. Meu avô, pai da minha mãe, sempre jogou basquete e falava para eu ir aos treinos. Um dia ele me levou, comecei a treinar. O Alexey (ex-jogador de basquete) na época tinha operado o joelho e era muito amigo do meu avô. Ele foi visitá-lo no hospital e me levou junto. Ganhei uma bola de basquete e eu fiquei maluco. Desde então, minha vida virou basquete 24 horas por dia", revelou.

Gegê começou a carreira no Tijuca TC, depois foi para a Espanha, onde jogou no Torrejón, para depois voltar ao Brasil, em 2011, e defender o Flamengo, seu clube de coração. O atleta chegou a jogar novamente pelo Tijuca, onde disputou o NBB 4, mas voltou ao Rubro-Negro e não saiu mais.

"Agradeço ao meu pai por ter me dado essa paixão pelo Flamengo, por ter me mostrado o que é o Flamengo. Ele me leva desde moleque aos jogos no Maracanã. Meu pai fala para todo mundo que tem três amores na vida: o primeiro é o Flamengo, o segundo sou eu e minha irmã e o terceiro é a minha mãe. Isso quando ele não quer irritar a minha mãe e fala que o terceiro é o polo aquático (risos). Ele é flamenguista apaixonado e quando eu tive a oportunidade de jogar no Flamengo ele se animou muito. Tudo que eu conquisto com a camisa rubro-negra para ele é mais que uma vitória, é a realização de um sonho, ver o filho dele se firmando profissionalmente no clube do coração dele. Para mim, é maravilhoso contruir essa história no time que eu tenho paixão e ao lado dele, que trabalha aqui (na Gávea) também", declarou.

Quando tenta explicar sua relação com seu pai, Gegê tem dificuldade de expressar tanta sintonia. Durante os anos de atleta do pai, e agora do filho, um apoiou o outro e hoje os dois trilham seus caminhos no clube rubro-negro da Gávea. Em casa, o papo flui como se a diferença de idade não existisse.

"Não tenho nem como definir. Ele sabe tudo da minha vida. Todos que olham a minha relação com o meu pai acham que ele é meu irmão. Até porque, você olha para ele e não diz a idade. Não falo que é jovem, senão ele vai se achar muito (risos). Ele é um cara que tem o pensamento igual ao meu, lógico que com mais história de vida, mas me apoia em tudo. Nossa relação é de irmandade. Só que eu seria o irmão que obedece (risos). Meu pai é um cara super focado, me passou tudo que eu aprendi até hoje em relação ao esporte e à minha vida. Ele sempre esteve mais do que presente para me ajudar. Quando eu fui para a Espanha jogar basquete, ele foi um dos que mais me incentivou e falou que se eu quisesse viver disso, ele estaria ali por mim. Foi uma chance que eu tive que ele não teve quando era jovem, porque minha mãe estava grávida de mim", disse Gegê.

Neste dia dos pais, como não poderia deixar de ser, Gegê e Chaia estarão mais uma vez na arquibancada do Maracanã, devidamente vestidos com o Vermelho e Preto. O filho enviou um feliz dia dos pais antes do jogo, que você confere abaixo: