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Nova gestão do basquete rubronegro

Folha de São Paulo

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Flamengo testa sucesso de "clone" do Real Madrid

Time decide título do Novo Basquete Brasil após copiar modelo de gestão espanhol \ Último jogo da série contra o Brasília é hoje, às 10h, no Rio, e cariocas podem erguer o troféu sem ter recebido o bicho de torneios anteriores \ SÉRGIO RANGEL\ DA SUCURSAL DO RIO \ Salários atrasados, jogadores insatisfeitos, ameaças de greve e cofres vazios. Esse era o cenário do Flamengo em janeiro, às véspera do início do Novo Basquete Brasil. Cinco meses depois, o time entra em quadra para decidir o título depois de ""clonar o modelo de administração do Real Madrid".\ A final contra o Brasília começa às 10h, no Rio. A série está empatada em 2 a 2.\

Nesse período, o Flamengo zerou boa parte das dívidas com os atletas ao reformular a estrutura do basquete.

""Fizemos o que o Florentino Pérez [presidente do time espanhol] fez ao chegar ao clube no início da década", declarou o vice de esportes olímpicos, João Henrique Areias.

Em sua primeira gestão no Real Madrid, Pérez transformou a equipe em uma das mais ricas do mundo. Recentemente, voltou ao comando do clube. Em menos de um mês, contratou Kaká e Cristiano Ronaldo.

Pérez, no entanto, já admitiu que endividará o Real Madrid (a projeção de endividamento supera os 60 milhões), confiando na recuperação do investimento em até três anos.

Um dos precursores do marketing esportivo no país, Areias assumiu o cargo após a ameaça de greve dos jogadores.\ Montou uma equipe que trabalha das 8h às 17h, recheada de estudantes de seus cursos, criou três diretorias (técnica, econômica e de negócios) e conseguiu estampar outras marcas no uniforme. Até então, o espaço pertencia à Petrobras.\

""Apesar de inicialmente todos trabalharem de graça, a estrutura é a mesma do Real. Os diretores econômicos e de negócios servem para viabilizar financeiramente o clube. Eles têm total independência e têm poder de veto", disse Areias.\ Nesse período, o Flamengo conseguiu novo patrocinador, viabilizou uma linha de camisa para a torcida e fez parceria com a Loterj (loteria do governo do Estado). Mesmo assim, ainda não pagou aos jogadores os prêmios pelos títulos do Estadual do Rio e do Sul-Americano, além do Nacional-2008.\

""O esporte olímpico tinha virado estorvo nos clubes de futebol. Mostramos que podemos manter o basquete e outras modalidades nesse modelo. Cabe a dirigentes e sócios escolherem qual é o melhor", disse Areias, que apresentou o projeto do Instituto Fla Olímpico, uma espécie de empresa que prestaria serviço ao clube e só não comandaria o futebol.

Segundo ele, cada modalidade teria seus diretores profissionalizados, que ganhariam cerca de R$ 10 mil mensais. Eles teriam que se reportar ao coordenador-executivo, uma espécie de presidente.

""O bom desse modelo é que o presidente se desgasta bem menos. É assim que acontece no Real Madrid", disse Areias.