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Adeus do Galinho completa 20 anos neste sábado

Zico se despediu do Flamengo e do Maracanã no dia 6 de fevereiro de 1990

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Parece que foi ontem, mas já faz duas décadas que o ídolo maior do Clube de Regatas do Flamengo pendurou as chuteiras. No dia 6 de fevereiro de 1990, Zico encerrou sua carreira no futebol rubro-negro diante de um Maracanã lotado, em uma festa que está eternizada na memória de quem teve a oportunidade de assistir à história ser feita. O maior artilheiro da história do estádio se despedia do Maior do Mundo e do clube que o consagrou e que ele levou às maiores glórias de seus 114 anos.

Zico subiu as escadas que dão acesso ao gramado do Templo do Futebol às 21h25. Surpreendendo a todos, partiu do vestiário destinado aos árbitros, no lado oposto ao dos times. Todos os atletas estavam perfilados. O estádio ficou à meia luz e um show de raio laser cruzou o campo projetando desenhos na arquibancada, de onde a torcida acenava com 40 mil lenços brancos.

Era a sua última vez no Maraca como jogador do Flamengo. Um dia especial para os torcedores, para o próprio Galinho e para todos os amantes do futebol, mesmo os não-flamenguistas. Em um amistoso entre o time da Gávea e grandes estrelas internacionais, o Camisa 10 realizou sua despedida do futebol brasileiro, diante do Maior do Mundo lotado. O resultado de 2x2 foi o que menos importou. Valeu a festa do Galinho, que apesar de se sentir indisposto no final da partida, logo melhorou, e recebeu convidados em um jantar no Hotel Rio Palace (hoje chamado Sofitel), em Copacabana.

Às 16h do dia seguinte já estava de pé, no Largo da Carioca para entregar um cheque com o valor da renda do jogo (NCz$ 3.958.000, aproximadamente US$ 100 mil) à Casa do Hemofílico para a construção de um hospital, que foi erguido na Rua Conde de Bonfim, 764, no bairro da Tijuca, no Rio. Zico dava seu adeus definitivo como jogador do Flamengo, após uma trajetória de muitas glórias. Contudo, voltaria ainda a encher os olhos com seu talento nos gramados, porém, do outro lado do mundo, no Japão.

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A despedida de Zico não poderia ser uma partida comum. O jogo foi dividido em dois. Nos primeiros 45 minutos, uma homenagem ao Flamengo que conquistou o mundo, desde a formação do time ao uniforme branco, o mesmo que foi usado no título em Tóquio. O time de 1981, comandado por Paulo César Carpeggiani, jogou desfalcado dos zagueiros Figueiredo, que faleceu num acidente, e Mozer, que não pôde comparecer. Do outro lado estava um combinado de estrelas do futebol mundial.

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O jogo terminou empatado em 2 a 2. Aos 43 minutos, precisamente às 23h23, o árbitro Wilson Carlos dos Santos parou o jogo. Zico deu a volta olímpica escoltado por um coro emocionado de "Tá Chegando a Hora". Na lateral do campo, repetiu o gesto simbólico de Carlinhos em 1970 e entregou suas chuteiras a Pintinho, artilheiro do infantil e apontado pelos dirigentes do Flamengo como a grande promessa. No centro do campo, duzentas crianças de um colégio do bairro de Quintino. O craque fez um discurso de agradecimento destacando as alegrias vividas na carreira e, às 23h35 se despediu dos quase 90 mil torcedores presentes ao Maracanã.

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Saiba mais sobre esta partida histórica na Flapédia.
Confira também um vídeo publicado no Youtube com lances do jogo.