O saudoso cronista Nelson Rodrigues escreveu que chegaria o dia em que o Flamengo não precisaria de jogadores. Bastaria sua camisa, "aberta no arco", que já "seria uma bastilha inexpugnável". Coisas da época romântica do futebol. Hoje em dia, mesmo sabendo o valor do manto, o elenco rubro-negro prega o profissionalismo, o respeito e, principalmente, o trabalho duro para vencer os jogos. Ainda mais uma final.

Independente do adversário a ser encontrado, no caso o Boavista, um time com menor investimento, os jogadores do Flamengo sabem da importância de vencer a final da Taça Guanabara, primeiro turno do Estadual, para ter ainda mais tranquilidade neste início de temporada.

"Não colocamos a ‘camisa na frente’. Queremos conseguir nosso objetivo, que é o título. Chegou o Boavista, mas poderia ser o Fluminense ou o Botafogo. Eles (Boavista) fizeram uma boa campanha e merecem estar na final. Vamos trabalhar nesta semana para atingir o que queremos. Fosse contra quem entrássemos em campo, estaríamos focados do mesmo jeito para ganhar o jogo", afirmou David.

E a receita para que o título venha não é mirabolante, tão pouco secreta. Ninguém no Flamengo esconde o que vem sendo feito para a final da Taça GB.

"Precisamos colocar em prática o que temos trabalhado. Temos uma grande equipe, sim, mas se não jogarmos, se não fizermos nosso trabalho bem feito, não significa nada", explicou David.

Mas em todo jogo entre "grande e pequeno", como os torcedores gostam de afirmar, existe um oba-oba crescente. O importante é deixar isso fora do gramado, exclusivamente reservado às arquibancadas.
"Esse oba-oba é do torcedor. Aqui, vamos pensar só no jogo. Sabemos que precisamos fazer por onde para conquistar a Taça Guanabara", encerrou o zagueiro.