A manhã desta sexta-feira (2) representou um marco na história do Flamengo. Com a presença do prefeito Marcelo Crivella, representantes da Prefeitura do Rio e dirigentes do clube, foi oficializada a liberação do estádio da Ilha do Governador para uso do Mais Querido.

O evento contou também com Índio da Costa, secretário municipal de Urbanismo, Infraestrutura e Habitação, Patricia Amorim, ex-presidente do Flamengo e subsecretária de Esportes e Lazer, e com a vereadora Tânia Bastos.

Durante a cerimônia, o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, confirmou a inauguração oficial do estádio para o dia 14 de junho, quando o Flamengo enfrenta a Ponte Preta pela sétima rodada do Campeonato Brasileiro.

Antes da assinatura da licença que legaliza as instalações e libera o estádio, o prefeito Marcelo Crivella ressaltou os esforços do Flamengo para erguer a mais nova arena esportiva do Rio de Janeiro.

"Venho saudar ao incansável Eduardo Bandeira de Mello, presidente do Clube de Regatas do Flamengo, que já está se preparando para também construir o estádio acústico da Gávea. A estrutura aqui na Ilha está uma beleza, um espetáculo", elogiou Crivella.

Este estádio na Ilha do Governador não é uma solução definitiva para o problema do estádio do Flamengo. O clube pretende ter seu estádio próprio e já temos o aval da Prefeitura para iniciar um projeto na Gávea. Mas o Flamengo pretende também participar da gestão do Maracanã. O importante é que estes não são projetos excludentes.

Tenho certeza que a torcida do Flamengo e a população do Rio vão gostar desta solução provisória. Fizemos aqui o melhor que estava ao nosso alcance. É um estádio confortável, que atende a todos os requisitos de segurança. Não há a menor possibilidade de colocar a torcida do Flamengo em risco. Temos o melhor gramado do Brasil e  poderemos ter futebol da melhor qualidade aqui. Todos nós, rubro-negros, estamos muito felizes com o passo que estamos dando neste momento.

Agradeço muito à Portuguesa, em especial ao presidente João Rego porque a parceria com a Portuguesa nos permite apresentar uma solução para o problema que o Flamengo tinha de não possuir a sua casa, sendo forçado a viajar pelo Brasil e a sacrificar tecnicamente seu time. 

O Flamengo é um clube cidadão, que honra seus compromissos e segue as regras. Queríamos estrear o estádio antes, mas houve um problema com a tubulação de águas pluviais que passa debaixo da arquibancada Leste, do qual não tínhamos conhecimento. Isso nos forçou a fazer um desvio desta tubulação e causou um atraso de cerca de três meses, mas temos a consciência tranquila e a felicidade de que hoje não existe nenhum risco para nossa torcida. Fizemos uma obra de razoável complexidade com todo rigor técnico. Tivemos que seguir as determinações de todos os órgãos que emitem licenças – Corpo de Bombeiros, GEPE, Secretaria de Urbanismo. Estamos todos aqui reunidos testemunhando que o estádio está pronto e que poderíamos jogar hoje mesmo. Mas estrearemos no dia 14, contra a Ponte Preta.

Nossa intenção sempre foi intercalar os jogos aqui com outros no Maracanã, de acordo com o público estimado. Vivemos uma situação de indefinição com o Maracanã. Hoje temos que negociar cada jogo, e dependendo do preço que nos é cobrado jogamos lá ou não. É o que nos resta no momento. Não há um contrato de longo prazo. Temos que perguntar à concessionária quanto cobram. Em alguns casos é inviável, como foi contra o Botafogo. Contra o Atlético-GO colocamos mais de 30 mil pessoas e tivemos prejuízo de mais de R$ 300 mil. Creio que a torcida compreenda isso. O ideal é fazermos clássicos no Maracanã, mas dependendo das condições de lá, se ficar impossível, jogaremos aqui na Ilha.

Tínhamos a expectativa de, na terça-feira, termos todos os laudos. No nosso entendimento, a terça-feira vai até a meia-noite. Mas a CBF entendeu que os laudos deveriam chegar lá até às 19h, quando encerrava o expediente formal da entidade. Não podendo entregar durante a noite, entregamos quarta de manhã e o estádio está totalmente liberado. Infelizmente, não poderemos fazer o jogo contra o Botafogo aqui. Paciência, seguiremos o que está determinado.

Este é um estádio com história importante no Rio de Janeiro. Foi aqui que eu vi o primeiro gol do Doval com a camisa do Flamengo, quando ganhamos da Portuguesa por 4 a 1, em 1969. Aqui é estádio, arena e alçapão ao mesmo tempo (risos).

Estamos trabalhando em parceria com a prefeitura. Estão sendo estudadas alternativas para facilitar o acesso dos torcedores ao local. Estamos pensando em fazer pontos de encontro nos estacionamentos disponíveis, no aeroporto do Galeão e em shopping centers. Também é importante dizer que o Flamengo tem uma parceria com a Expresso Recreio que vai disponibilizar ônibus exclusivos para nossos sócios-torcedores saindo das zonas Sul, Norte e Oeste, do Centro e de Niterói. Além disso, a Prefeitura está cuidando de disciplinar o trânsito e facilitar ao máximo a vida da população do entorno do estádio. Em 2005, o Flamengo jogou várias vezes aqui e não tivemos problemas significativos. Com todo o cuidado que estamos tendo, tenho certeza que este equipamento vem para valorizar a Ilha do Governador e não teremos nenhum problema maior.

Estaremos sempre incrementando nosso programa de sócios-torcedores e tenho certeza que, por ser um estádio com capacidade menor do que onde o Flamengo normalmente joga, o fato de o torcedor ser parte do programa vai facilitar a sua presença aqui. Como falei, não é uma solução definitiva, pois gostaríamos muito de ter um estádio do tamanho do Maracanã para oferecer a nosso sócio-torcedor maiores facilidades. Mas, assim como esteve do nosso lado em outras situações difíceis, nossa torcida não vai nos faltar também neste caso. O sócio-torcedor vai continuar tendo a preferência na aquisição dos ingressos aqui na Ilha.

Gostaria de agradecer ao Rafael Strauch, vice-presidente de Administração, e ao Alexandre Wrobel, vice-presidente de Patrimônio, que foram incansáveis nesta história que começamos aqui. Outros vice-presidentes presentes cerimônia também foram muito importantes neste projeto: o Cláudio Pracownik, vice-presidente de Finanças, o Luiz Filipe Teixeira, vice-presidente de Tecnologia da Informação, e o Daniel Orlean, vice-presidente de Marketing. Também gostaria de fazer um agradecimento muito especial ao Paulo Dutra, nosso diretor financeiro, que foi o maior herói dessa nossa empreitada. Ele e sua equipe foram incansáveis. Digo com muita segurança que fora de campo temos um timaço também.