No futebol, o time de menor expressão, menos investimento pode, sim, tirar pontos ou até vencer o grande, poderoso. E é um dos poucos esportes em que isso acontece com uma determinada freqüência. Mesmo contanto com a maior torcida do mundo e com craques como Ronaldinho, o Flamengo está sujeito a passar por "perrengues". O importante é superar isso com ainda mais trabalho.

Com esse pensamento, a comissão técnica rubro-negra iniciou a semana com um trabalho pesado planejado. Não que os treinos anteriores tenham sido mais leves, mas os que antecedem o jogo contra o Duque de Caxias, sábado, às 18h30, no Engenhão, foram carregados com uma pitada a mais de vontade.

"Montamos nossos treinamentos em cima dos resultados que tivemos. A equipe está sendo montada ainda, mas estamos bem adiantados e invictos. Empatamos dois jogos com equipes menores e todos se ligaram. Isso faz com que eles próprios dêem uma chamada. Acredito que é assim que se forma uma equipe campeã", afirmou Luxemburgo.

Questionado se havia convocado uma conversa com os jogadores nesta semana em função dos últimos resultados, o treinador revelou que a "resenha" é uma prática comum no Flamengo.

"Isso não é novidade. Fazemos isso ganhando também. Essa palestra com os jogadores faz parte do trabalho, não é uma novidade. Não treinamos só no campo. O envolvimento de todos vai além disso. Só realizamos isso no vestiário porque hoje em dia tem câmera que vai lá e pega, faz leitura labial. Isso pertence somente à nós", explicou, citando que até um dos clubes mais ricos do mundo passa por dificuldades de vez em quando.

"O futebol é o único esporte que o mais forte perde para o mais fraco. Onde o menor orçamento ganha do maior orçamento. Até o Real (Madrid) outro dia perdeu de um time da quarta divisão, mesmo tendo o maior orçamento do futebol mundial. Certamente estaríamos liderando nosso grupo se tivéssemos ganhado esses quatro pontos e estaríamos praticamente classificados para a final. Mas continuamos focados em nisso".