O futebol moderno é marcado por cifras milionárias, treinos cada vez mais fortes e uma profissionalização digna de multinacionais. E para que tudo saia como foi planejado pelo Departamento de Futebol dos clubes, uma palavrinha mágica entra em cena: logística. No Flamengo não é diferente e, numa competição do porte da Libertadores, os responsáveis por essa logística atendem pelo nome de Offside Assessoria Esportiva.

Comandada por Rodrigo Ernesto, a empresa tratou de todas as viagens rubro-negras, inclusive a da última segunda-feira (03.05), para São Paulo, com muito cuidado. Especificamente para a capital paulista, a precaução maior é com o transporte para o Pacaembu, palco da partida contra o Corinthians na próxima quarta-feira (05.05), às 21h50.

"Em São Paulo, nossa maior preocupação foi com a localização do hotel. Ele não poderia ficar longe do estádio, já que podemos ter transito pesado ou chuva quando sairmos para o jogo. Tudo precisa ser previsto. Além disso, as acomodações precisam estar à altura do Flamengo e é imprescindível que o mesmo já esteja acostumado a receber delegações esportivas. Para esse jogo, estamos distantes 5 km do Pacaembu. Isso facilita bastante. Podemos contornar qualquer transtorno", afirmou Rodrigo, explicando que segue ordens do gerente e do supervisor de futebol do clube.

"Meu trabalho é diretamente ligado ao Departamento de Futebol do Flamengo. O Isaías (Tinoco) e o Serginho pensam tudo e nós executamos. Como temos uma larga experiência, falamos algumas coisas para ajudar, mas a decisão é sempre do clube. A logística é fundamental para que se conquiste um bom resultado. Não pode acontecer nenhum imprevisto".

Tudo pode parecer muito fácil, mas, além de ser um trabalho de altíssima responsabilidade, com o Flamengo ainda é mais complicado. Afinal, o clube de maior torcida do Brasil arrasta multidões por onde passa.

"Trabalho com diversos clubes e sei que o Flamengo tem um diferencial. O apelo que o clube possui, tanto de mídia quanto de torcida, é imenso. Nada se compara. E, já sabendo disso, precisamos montar um esquema personalizado para o clube. Nos preocupamos em expor o menos possível os jogadores e a comissão técnica. São detalhes que importam muito, como colocar todos no mesmo andar, ter um local de refeições reservado etc.", explicou Rodrigo.

E o trabalho da Offside vai além de deixar tudo certo com hospedagem e transporte. Os responsáveis pela logística rubro-negra tratam também de assuntos importantes com o time adversário e da segurança local.

"Somos responsáveis também pelo contato com o time adversário e com a polícia local. Com a outra equipe, é importante falar, já que temos uma política de reciprocidade. O que é oferecido no Rio precisa ser oferecido fora de casa. Com a polícia, vemos toda a logística para dar segurança à delegação. Estou sempre preparado para o errado. Se sair tudo certo, fico no lucro", revelou Rodrigo, que é pé quente na Libertadores.

"Trabalhei com o Internacional e acabamos campeões da Libertadores, em 2006. Fomos campeões também fazendo a logística do Estudiantes, ano passado, e esperamos mais uma vitória neste ano", concluiu Rodrigo, que está há mais de 10 anos no mercado.

"Comecei atendendo à times visitantes no Rio. Conheci um amigo meu, de Curitiba, o Sergio Cunha, que fazia esse serviço. Eu estudava engenharia e, num jogo que o Paraná viria para o Rio, ele me pediu para ajudar. Fiquei ajudando um tempo e acabaram aparecendo mais oportunidades. Isso foi em 1999 e acabei trancando a faculdade. Tive que escolher e acho que fiz o certo. Abri uma empresa e foquei nisso. Não existia ninguém no mercado que fazia esse trabalho. No futebol, trabalha-se com resultado e urgência. Captei isso e apareceram mais clientes".