Notícias

Mengo meu dengo (parte 35)

Misto-quenteTexto de Luiz Hélio Alves de Oliveira

Por - em

Misto-quente\ Texto de Luiz Hélio Alves de Oliveira\

Ele é o cara

Não, não estou me referindo ao Obina. Afinal, escrever mais o quê sobre o Anjo Negro? Eu que já o ovacionei tanto e exatamente pelo fato de o negão ser uma figura carismática e iluminada — e porque não dizer DECISIVA mesmo? — e ainda assim sempre causar grande polêmica em torno da qualidade do seu futebol. Eu, inclusive, que nos últimos jogos já tinha até perdido a paciência com Sadol “cara de osso”, esquecera-me que naqueles minutos finais das partidas de três pontos o Obina não costuma brilhar. Aliás, costuma é irritar. Entendi, mas uma vez, que o Umabarauma afro-baiano prefere assumir seu papel de homem-gol justamente é quando vale caneco ou classificação. Essa é a sua sina, consagrar-se na apoteose rubro-negra e fazer feliz a gigante nação.

E eis que o Nunes começa a ganhar um novo concorrente na disputa do título de Artilheiro das Decisões pelo Mais Querido. Tudo bem, digamos que pela importância dos gols nos campeonatos conquistados (01 estadual, 02 brasileiros e 01 mundial), o “João Danado” não entraria nessa disputa por ser hour concours. Sendo assim, atualmente o nosso “Et’oo” figuraria como principal candidato. Estou certo?

Vamos então ao “Cara” ao qual resolvi dedicar merecidas linhas neste momento de estrondosa expectativa e (naturalmente) intensa cobrança pelo trigésimo título carioca e permanência na Libertadores. Um cara, aliás, que vem sendo super cobrado e criticado pela torcida por não estar fazendo aquilo que se espera dele na sua função. No entanto, para mim “O Cara” do ataque rubro-negro é, incontestavelmente, o Souza. Ou Showza, como preferem os seus admiradores. Incrível como ele, humildemente, tem sacrificado a sua fama de artilheiro em prol do time. Todos nós sabemos que no início da temporada o Fla priorizou contratações para o setor de meio campo e muitos foram os volantes, mas nenhum meia de ligação foi contratado. Ou seja, faltou aquele autêntico armador, o “garçon” para servir aos atacantes. Souza teve essa providencial assistência, de maneira mais evidente, quando foi artilheiro do Brasileirão 2006 fazendo 17 gols pelo Goiás. No alviverde do centro-oeste, o Araújo foi fundamental para que os seus gols saíssem com a naturalidade de quem é do ramo. Para isso, no entanto, a bola precisa chegar mais vezes, o que não vem ocorrendo no Mengo. Esse papel de armador tem se resumido apenas ao talentoso Renato Augusto, porém com as sucessivas contusões e ainda o fato de nem sempre jogar nessa função, o jovem craque não tem podido ajudar muito nessa questão. Esse é o principal motivo pelo qual o nosso atacante titular tem recuado tanto e exercido com grande competência e raça o papel de pivô, além de cumprir importante função tática abrindo espaço para as entradas dos alas e até dos volantes. Detalhe. Apesar de não estar fazendo os seus tão esperados gols, não vem demonstrando irritação com os companheiros e continua solidário ao grupo. Foi comovente a sua comemoração pelo gol de Obina. Ali não importava quem tinha feito e sim que aquele gol daria uma importante vitória ao Flamengo. Contagiante demais perceber isso no seu rosto, visivelmente extasiado de felicidade. E isso, meus camaradas, só sente quem realmente tem pele rubro-negra. Igual a mim e igual a toda a nação. Enfim, igual ao flamenguista Souza.

Ele é o Cara

E mais, dizer que o camisa nove perdeu dois gols no último domingo é uma heresia sem tamanho. No primeiro lance, o chute não foi frontal e o goleiro alvinegro fechou o canto fazendo uma difícil defesa. No outro, logo no início do segundo tempo, o cruzamento veio com força e ele também já não estava mais em posição frontal à meta adversária, além de a bola ter caído na perna canhota e o goleiro ter tido tempo para fazer uma defesa com um misto de susto e sorte. Tem muita gente falando em “craque”. Fulano não é craque, sicrano muito menos e a diretoria deveria trazer era o beltrano do time tal, este sim, um “cracaço”. Prefiro contar com os que temos nos profissionais e mesclar com a base. Chega de ficar pedindo o mais novo goleador de determinado estadual. A galera precisa entender una cosita básica que acontece no Mengo. É raríssimo um bom jogador ou até um craque de verdade, vindo de outro clube, ter sucesso na Gávea. Como bem falou certa vez o Júnior capacete, o jogador vai precisar de um algo a mais para conseguir se dar bem com o Manto rubro-negro. O que não ocorreu, por exemplo, com o “ah é Edmundo”, com o “pra cima deles Denílson”, com o “vagalume Alex” e também (em 1986, salvo engano) com o “Doutor Sócrates”, entre vários outros.

Para finalizar este assunto, deixo aqui a minha opinião. Quem não considera o Souza técnica e taticamente imprescindível para o nosso atual escrete, ou é ruim da cabeça ou não é Flamengo nessa hora. Eu não só acredito que ele é “O Cara”, como tenho fé de que sairá dos seus pés o gol do bicampeonato. E então lá das arquibas ecoará novamente aquele grito de saudação ao Demolidor: “Ih f.... o Souza apareceu”!!!!

Depois dos “Incas”, os “Astecas”

Nesta quarta-feira à noite o Mengão viverá mais um capítulo da sua fantástica saga por terras de Latino América. Primeiro, a “Batalha da Argentina” protagonizada pelos heróis do basquete. É o Clube de Regatas do Flamengo na luta pela hegemonia sul americana nos pés e nas mãos. E após detonar os “Incas”, representados pelo atrevido time peruano do Cienciano, chegou a vez de nos confrontarmos com outro povo imperial e milenar, os “Astecas” do combalido América do México. Não nos enganemos, apesar do momento crítico dos chicanos, o Fla não terá vida fácil e precisará suplantar as adversidades com inteligência e muita raça. E tudo na dose certa para nem correr risco lá e nem voltar estropiado de tanto cansaço para a finalíssima do estadual no próximo domingo. Nada de anormal, tirando a viagem e a altitude, o resto será tranqüilo e é possível até conseguir uma vitória se o Joel não entrar com uma retranca exagerada. Podemos (e vamos) passar pelos próximos desafios com técnica, superação, raça e ainda mediante o poder de intimidação do nosso Manto Sagrado e da estrondosa energia da magnética.\ Arriba, Mengô!\

Pra levantar o caneco

Deixa o Chorafogo pensar que será fácil superar a nossa vantagem, deixa... não sei não, mas estou com um leve pressentimento de que a segunda partida da final poderá se tornar mais fácil do que imaginamos. Tudo vai depender (novamente) do grau de consciência e preparo psicológico que a nossa equipe estará no gramado do Maracanã. Basta encaixar um contra-ataque fulminante ainda no primeiro tempo para que a gente comece a fechar a conta do campeonato. Depois é continuar jogando nos erros e no nervosismo deles, sentir a vibração cósmica vinda das arquibancadas e esperar o apito final para mais uma vez levantar o caneco. Esse time merece, nós merecemos e, mais do que ninguém, “papai’ Joel merece! Vamos vencer Mengooooooo...

O novo “professor”

Com o título do bi estadual praticamente (mais não ainda completamente) assegurado, preocupa-me como será o Flamengo no restante da Libertadores e início do Brasileiro. O Joel tem fama de retranqueiro, só que ninguém pode duvidar: ele deu uma “cara” ao time. E desde a virada espetacular do último Brasileirão até agora, os atletas adquiriram do Senhor Prancheta uma forma concreta e bem característica de jogar. Segredo? Nenhum. Meio de campo reforçado com homens de marcação e liberdade para os alas. Pode ser simples e tudo, mas assim o Fla tem conseguido êxito ainda que aos trancos e barrancos. Cheguei até a achar tudo muito parecido com a Seleção da Copa de 94. Um futebol sem grandes espetáculos e sim de resultados. E ainda um técnico considerado teimoso e conservador. Por isso, até então estava acreditando piamente também na conquista do bi continental. E agora? Pelo Flamengo continuo acreditando, mas é preciso ainda saber quem será e que nova “cara” dará ao time o novo “professor”. Espero sinceramente que não seja nenhum metido a Pardal querendo inventar demais em meio a uma competição do nível da Libertadores. Até porque o Fla não é laboratório, não é mesmo Ney Franco? Não queremos invencionices, queremos apenas que se mantenha a pegada atual aliada a uma postura um pouco mais ofensiva. E para isso, do meio para frente basta jogar com dois volantes, dois meias e dois atacantes, sendo um centralizado e outro mais aberto. Atletas para isso o elenco dispõe. Quanto ao nome, só peço a Deus que não seja nem o (antipático) Geninho e nem o “Roth” mais refinado do Autuori. Minha utópica sugestão seria: aí Zicão, larga o Fener e vem pra tua casa. Assim voltarás ao Japão, terra em que és um verdadeiro deus da bola.

Social

Bond Canto: a nova casa da Fla Bahia

De casa nova. Agora a eletrizante Fla Bahia reúne os flabainos da soterópoles, além de visitantes de outras cidades e estados, num espaço bem maior e ainda mais atrativo do que o anterior, o bar Bond Canto. Com vários ambientes, dos quais dois destinados à nação flamenga de Salvador, o Bond fica no Rio Vermelho e pertinho do Largo da Mariquita. E nem preciso comentar que a festa rolou solta no primeiro jogo da final, com direito a show ao vivo e geladas aos montes.

Som rubro-negro no Bond

Fla Bahia na final

Uma caravana com mais de trinta flabaianos seguirá para o Rio no próximo sábado para ajudar a empurrar o Mengo à conquista de mais um título. Deixando claro que a “embaixada” continuará aberta para receber a galera que ficará fazendo a festa no Bond Canto. Semelhante ao que ocorrerá por todos os lugares do país. Portanto, viva a nação do Rio e de todo o Brasil! E viva a Fla Bahia, Fla Sampa, Fla BH, Fla Paraná, Fla Lages e todas as embaixadas que estarão unidas numa só voz com muita raça, amor e paixão pelo Mengo.

Semana que vem tem mais (espero que com a ressaca do bi). SRN e até lá, se Deus quiser!

poeta e jornalista, é colunista do site Flamengo RJ.