Nem mesmo em seu pensamento mais otimista Rômulo pensaria que a troca de técnicos no Flamengo fosse ser tão boa para ele. É claro que, assim como todo jogador que não estava sendo relacionado, ele sonhava com uma nova oportunidade de demonstrar seu futebol. Mas não poderia sequer sonhar que seria não só inscrito na Copa Libertadores, mas também escalado como titular para a partida mais importante do Rubro-Negro no ano até agora.

Aposta do técnico Rogério Lourenço por sua estatura e pelo poder de marcação, Rômulo viveu momentos muito difíceis nas duas últimas temporadas. Sofreu com lesões no joelho, foi emprestado para equipes onde teve que jogar na base de infiltrações e retornou ao clube desacreditado. Mesmo assim, nunca deixou de trabalhar e, talvez, tenha sido recompensado com a oportunidade de começar jogando contra o Corinthians, quarta-feira, no Maracanã.

Visivelmente emocionado e pronto para provar que tem condições de ser útil à equipe rubro-negra, o jogador promete muita dedicação nestas oitavas de final da Libertadores. Em entrevista coletiva concedida após o treino de terça-feira, o meio-campista, de 23 anos, falou sobre esta volta por cima que vem dando na carreira.

Confira os principais trechos da entrevista:

Escalação - Foi uma surpresa, com certeza. Não esperava essa oportunidade, até porque não vinha nem sendo relacionado. Mas o Rogério me conhece desde as categorias de base. Ele sabe do meu potencial, do meu futebol, e fico feliz de ele ter apostado em mim.

Conversa com Rogério - Ele conversou comigo e me pediu para fazer o que sempre fiz: muita marcação e muita dedicação. A posição de volante é uma posição fundamental, porque o time precisa de consistência no meio-de-campo. É importante defender bem e sair jogando com qualidade.

Importância do jogo - O Flamengo precisa vencer esse jogo e eu também preciso vencer esse jogo. É uma partida importante para o time e para mim. Vou fazer o máximo para ajudar a equipe a conseguir essa vitória.

Deus - Deus está do meu lado. Sempre esteve. Ele que me deu força nesses últimos anos. Ouvi muita coisa ruim de mim. Chegaram a falar que saí do Figueirense e voltei para o Flamengo por deficiência técnica. Não foi isso. Foi por causa da minha lesão. Tanto lá como no Paraná sofri muito com meu joelho. Cheguei a tomar até injeção para treinar. Mas tudo isso já passou e só penso em aproveitar essa chance.

Ídolos - É muito bom jogar ao lado de caras como o Adriano. Ele é um ídolo dentro de campo para mim e também uma pessoa em quem me espelho fora de campo. O Kleberson também, que é um jogador campeão do mundo... É muito legal para você que cresce vendo essas caras jogarem e nunca imagina que vai estar ao lado deles um dia.

Poucas chances - Tive só duas oportunidades nesse ano. Entrei no segundo tempo contra o Friburguense no Carioca e disputei um amistoso em Brasília, onde joguei os 90 minutos. Acho que essas chances foram fundamentais para mim, porque me saí bem. Se eu não tivesse condições, não estaria aqui.

Empréstimos - Nos últimos dois anos, quando fui emprestado, ainda não estava bem clinicamente. No ano passado, quando voltei para o Flamengo, joguei em apenas um jogo, ainda sentindo muito a lesão. Mas hoje posso afirmar que estou 100% e tenho certeza de que posso fazer de 2010 um ano ainda melhor do que 2007.

Preparado pro jogo - Estou preparado. Quando comecei a jogar com o Joel, em 2007, também não atuava há um bom tempo. O importante é ter uma sequência. O Vinícius Pacheco, por exemplo, teve a dele e agora também quero a minha oportunidade. Vou batalhar muito por isso.

Rogério - O Rogério é um dos treinadores mais inteligentes com quem já trabalhei e acredito que ele tem muito a mostrar ainda. Torço pelo sucesso dele e acredito que ele pode se dar muito bem como treinador do profissional. É por isso que ele está aqui e no comando da seleção sub-20.