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Zagallo Eterno: o Flamengo e a Nação dão adeus ao Velho Lobo

Ídolo rubro-negro dentro e fora dos gramados e lenda do futebol mundial nos deixou nesta sexta-feira (5)

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Ele sempre acreditou. Emocionou. Defendeu "quem somos nós, o preto e vermelho", como aos brados - e aos prantos - anunciou, após a inesquecível conquista do tricampeonato estadual de 2001, enquanto técnico do Flamengo. Impossível não lembrar do Velho Lobo vestindo o Manto de jogo, mesmo fora das quatro linhas, se diferenciando dos atletas apenas por um colete amarelo. Não tinha como ser diferente: era um 12º jogador em lugar privilegiado no estádio. Agora, nas nuvens, está ao lado de tantos outros eternos em nossa história. Zagallo nos deixou na noite da última sexta-feira (5), aos 92 anos, vítima de uma falência múltipla dos órgãos. O Lobo já vinha lutando contra uma série de comorbidades e estava internado desde o dia 26 de dezembro.


(Foto: Hipólito Pereira/Agência O Globo)


Zagallo viveu tanto. Ganhou tanto. Como atleta, treinador e torcedor. E, ainda assim, nunca pecou pela falta de raça, amor e paixão à flor da pele. Um rubro-negro daqueles! Uma energia de arrepiar, como se cada vez fosse sempre a primeira. É desta forma que Mário Jorge Lobo Zagallo ficará eternamente registrado nas retinas e corações de cada flamenguista que teve o prazer de vê-lo brilhar.


Carreira brilhante

Um dos maiores vencedores do futebol mundial, chegou ao Flamengo em 1950, ainda para os juvenis. Se profissionalizou pelo clube e logo já encantava a todos como um ponta esquerda veloz, técnico e bastante inteligente. Com estilo de futebol moderno, era polivalente: além de atacar, também defendia, ação que não era realizada pelos atacantes na época.


Como atleta do Flamengo, foi titular da Seleção Brasileira campeã da Copa do Mundo de 1958, na Suécia. Até hoje, é o único jogador rubro-negro a fazer um gol em uma final de Copa do Mundo. Ainda pela Seleção, foi campeão como jogador da Copa do Chile, em 1962, e como técnico, na Copa do México, em 1970. Como coordenador técnico, venceu a Copa dos Estados Unidos, em 1994.


Acervo


Ainda como jogador, em seus primeiros anos na Gávea, fez parte do time campeão do segundo Tri Carioca da história do clube (1953-1954-1955). Quis o destino que, como técnico, passasse pela Gávea em três oportunidades, sendo campeão carioca em 1972 e 2001, este último do histórico gol de falta de Petkovic contra o Vasco. Ganhou também o Torneio do Povo (1972), o Torneio Internacional de Verão do Rio de Janeiro (1972) e a Copa dos Campeões (2001). 


O adeus ao Velho Lobo

O velório de Zagallo será neste domingo (7), às 9h30, na sede da CBF (Av. Luis Carlos Prestes, 130), na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, em cerimônia aberta ao público. Em seguida, às 16h, o sepultamento será no Cemitério São João Batista.


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